quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Hepatectomia


É isso, para quem sabe nem preciso dizer que trata-se de uma cirurgia no fígado. Também utiliza-se o termo ressecamento para dizer ao paciente que ele será levado a uma mesa de cirurgia para retirada de parte desse órgão. Parte porque não foi dito ao final a palavra total... menos mal. E menos mal ainda por sabermos que dele pode ser retirado, numa pessoa adulta, até 75% do seu tamanho original. É o único órgão que se regenera, recuperando o que lhe foi retirado - acho que é como no caso do rabo das lagartixas. No meu caso, pouco mais da metade será apartada de mim. Essa parte já não me pertence mais, um bocado disso corresponde ao tumor e um outro bocado servirá de margem de segurança para qualificar a cirurgia, maximizando o seu resultado que esperamos ser positivo.
Bom, esta foi a maneira que encontrei para dar a notícia confirmatória do ato cirúrgico ao qual estarei sendo submetido já nos próximos dias. Saí do consultório médico com as requisições de exames pré-operatórios, incluindo a solicitação do risco cirúrgico feito pelo cardiologista.
Melhor seria que estivesse me preparando para realizar uma viagem a passeio, mas nessa impossibilidade, vamos nos preparar mesmo para a realidade e enfrentá-la com a mesma coragem e determinação. Assim como foi há quatorze meses atrás e que deu origem a este blog.
Para aqueles que estão iniciando a leitura por este post, quero dizer que em 2008 participei de uma mesa cirúrgica na qual deixei literalmente o meu estômago... e a este procedimento é dado o nome de gastrotecmia total. Viu a palavra total ao final do termo? Pois foi isso que ocorreu, retirada total do estômago que estava sendo consumido pelo câncer. O câncer do estômago se foi, mas deixou rastro. O que é chamado de metástase! Isto é, quando o câncer migra de um órgão para outro. As células malignas são seletivas, só querem comer carne boa, carne de primeira! Daí a migração em busca de se alimentar de células sadias de outros órgãos. É por isso que é muito importante o diagnóstico do câncer em sua fase inicial, quando se tem um percentual maior de cura em vários tipos dessa doença.
Tenho acumulado vasto conhecimento sobre o meu caso específico e é somente sobre ele que teço meus comentários, qualquer outra informação aconselho a você procurar por um médico. Pois bem, o câncer de estômago, por onde fui iniciado, pode ser detectado em uma das suas quatro fases. A sua gravidade aumenta de acordo com o número de fase e quanto mais cedo mairo as chances de cura. Na fase um, por ser a menos grave, a chance de cura é maior. Eu fui mais fundo, quero dizer em mim só foi diagnosticado quando o mesmo estava se deliciando na última fase... é uma doença silenciosa, traiçoeira e que requer exames preventivos dos quais parece que eu havia me esquecido. Homem é homem, não chora.
Melhor assim, não ficamos com sentimentos de culpa por não termos ido ao médico periodicamente. A mulher, que tem na saúde pública, vários programas voltados para a sua preservação não tem justificativa para ainda sofrer com câncer dos mais diversos – aqueles que podem ser diagnosticados em sua fase prematura. De tantas campanhas de saúde acabam se beneficiando disso e indo aos consultórios com mais frequência.
Independente de ter ou não política de saúde para sexo tal ou de tal etnia o importante é cada um ter a consciência da necessidade de consultas médicas mais freqüentes, evita o agravamento de qualquer infortúnio na saúde.
Bom, como adianta chorar sobre o leite derramado, vamos continuar o relato sobre a cirurgia hepática. Pelo relato do médico, o procedimento cirúrgico dura cerca de 4 horas... recuperação de 48 horas na UTI e permanência hospitalar por mais 7 dias até obter a alta hospitalar. Estarei relatando mais esta experiência, com a graça de Deus. Paciência, vocês vão ter que esperar para saber como foi mesmo que me sai dessa. Fiquem com Deus!

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