quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Resultado do PCI

Hoje fui ao cirurgião de cabeça e pescoço, o que trata da tireóide, para mostrar-lhe o resultado do PCI. Como sempre faço, já tinha lido o laudo e imaginava que o desdobramento do tratamento seria mesmo a Iodoterapia. Estou por um fio para a confirmação, foi captado reação de células tireoideanas no leito de origem (pelo menos elas não escaparam para o resto do corpo); resta saber o percentual captado - que não foi informado pelo médico nuclear no laudo - solicitado nesta data. Caso a captação seja igual ou superior a 5%, o próximo passo é a marcação da terapia com o Iodo 131 na dosagem suficiente para eliminar os resíduos da tireóide. Simples de entender e fácil de enfrentar.

O questionamento acerca da percentagem é mais para dirimir qualquer dúvida e não atacar uma formiga com um tiro de escorpeta. Pelas imagens captadas, acredita-se que tenha sido superior à margem que despreza o I-131, ou seja, terei mesmo que conhecer o sabor do iodo em dose maior. Segundo o médico, será em forma de comprimido, estranhei essa informação, tinha lido aqui em algum blog que é líquido e é injerido com o auxilio de canudinho descartável. Não importa, seja comprimido ou líquido, se tiver que fazer mesmo será feito!

O bom é saber que tem sempre um procedimento a ser realizado. Não imagino chegar a uma situação que não tenha alguma indicação de saída, o que seria, nesse caso, o fim! Desde a primeira cirurgia tenho essa consciência e a certeza de que nada é mais importante do que ter a oportunidade de realizar o procedimento correto e indicado para cada situação. Foi a quimioterapia, com as suas reações, foi a constatação de que ela (a quimio) não deu conta do recado sozinha; veio a segunda cirurgia e com ela a boa notícia do controle, o que possibilitou olhar para a tireóide e dar-lhe adeus. Se ela deixou rastros, vamos eliminá-los com as armas que temos. E o que temos, no momento, é o tratamento com o iodo.

Aqui, em João Pessoa, não se faz esse tratamento em nenhum dos nossos hospitais ou clínicas particulares. Pode ser feito em Recife ou Natal. Farei em Recife por ser mais próximo e poder contar com o apoio do meus primos no ato da internação e da alta. Sabemos que a internação é em regime de isolamento, sem acompanhante e sem receber visitas. Bom, são essas as novas que tenho para os meus queridos leitores, para aqueles que estão sempre visitando este espaço literário. Aproveito para agradecer aos que me seguem e dizer que a cada novo seguidor tento passar uma mensagem de boas vindas e não tenho conseguido. Amanhã logo cedo, ainda em jejum, irei fazer a tomografia computadoriza do abdomen e raios X do tórax que tinha sido adiada devido ao PCI - tem sido assim, procedimento atrás do outro, graças a Deus que posso fazê-los... Não tenho do que me queixar, só tenho que agradecer, e isso faço todas as noites ao deitar minha cabeça sobre o travisseiro. Obrigado, Senhor! Amém.  

domingo, 26 de setembro de 2010

Próximo exame: Tomografia do abdomen!

Respondendo a lista de chamada: Tomografia Computadorizaaada... Presenteee! Quando?! Na próxima semana, terça ou quarta-feira, só falta confirmar o dia.

A tomografia faz parte dos exames de acompanhamento das cirurgias anteriores, estômago e fígado. A do bimestre anteriror não foi feita ainda devido o uso do contraste que iria inviabilizar a realização do PCI, concluído na sexta-feira passada. É uma vigilância constante e não pode haver choque entre ele os exames, tudo tem que estar devidamente alinhado. Estou contratando um software para gerenciar tudo daqui pra frente, afinal, não posso vacilar e agora são três situações para dar conta, o que faremos, certamente, com a graça de Deus.

Como disse o meu médico, na última consulta, "você não estar doente... você tinha a doença... o que não pode é se afastar do acompanhamento, para que tenhamos tempo de corrigir uma eventual recidiva". 

Não me sinto doente, tanto é verdade que desempenho as minhas atividades laborativas e corrriqueiras de forma integral e com natualidade. Cuidados estão sendo tomados, alimentação bem diferente do tempo passado, eliminei refrigerantes, frituras e álcool, há muito não sei o sabor de um camarão, acarajé... e estou vivendo! Não morremos se temos que modificar alguns hábitos. Aqui abro um parenteses para expressar o meu espanto diante da dificuldade que algumas pessoas têm para assimilar essa verdade, mesmo sabendo que algo lhe faz mal, não abandonam essa prática e não se deixam ajudar. Acho que é uma questão de carma mesmo. Bom, espero que Deus ilumine o caminho de todos nós mostrando a melhor rota a ser seguida. Amém.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O documento da vida


Realizando o PCI

Finalmente chegou o momento final do PCI, hoje retornei à Clínica para fazer as imagens depois de ter tomado o Iodo (via oral, usando um canudinho) na quarta-feira passada. Passei 48 horas radioativo, naturalmente com baixo teor de radioatividade, o que não me impediu de realizar as tarefas de trabalho do dia-a-dia. Bom, na imagem acima percebe-se que a máquina é muito semelhante a um tomógrafo. Na verdade, eu me senti como um documento sendo "xerocado" ou "scaneado", pensei que em algum local daquela sala ia sair uma "cópia" minha. O danado passa muito próximo do nosso corpo fazendo a varredura, a mesa, na qual ficamos deitados, vai se deslocando rumo ao leitor que registra qualquer ponto luminoso - seriam as células tireoideanas (espero que não tenha captado nenhuma delas) "comendo" a isca (Iodo - que bebi, lembra?!).

O bom da chegada desse dia é poder voltar a comer normalmente, então vou tirar a barriga da miséria nesse final de semana. Comecei comendo um misto quente no lanche da manhã, acompanhado de suco de laranja (aboli o refrigerante). São essas as novidades mais recentes. A vida continua. Fique com Deus! Amém.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dia Mundial Sem Carro

Neste dia sem carro encontrei a solução para ir ao trabalho e ainda por cima dando carona para duas outras pessoas. É quase uma limusine, lembra muito os jipões alongados que transitam no agreste pernambucano, eonômico - faz 100 km com meio kilo de milho (cru) e os dejetos servem de adubo orgânico. Atende pelo nome e dispensa o uso de ar condicionado, tem direção hidráulica e câmbio automático. Um dos inconvenientes é localizar a placa. Recomendo fazer um test driver.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A semana

Finalmente chegou a semana tão esperada. Iniciei o exame hoje, fui tomar a primeira dose do Thyrogen (foi nas costas, quero dizer deitado de costas... e a injeção foi nas nádegas mesmo, do lado esquerdo, amanhã será no lado direito). Vi no canhoto, que marca a data para ir pegar o resultado, algo que poderia me encucar caso eu não tivesse consciência do que significa esse exame. Enquanto se fala em Pesquisa de Corpo Inteiro, entendi desde o começo que o melhor é "não encontrar nada"... agora, depois de ler no canhoto: "Pesquisa de mestáteses"... aí confirma que o bom, o melhor, o que queremos é não encontrar nada mesmo! Dizem que "quem procura acha", mas nesse caso, não achar nada. Não perdi nada e se disser que é meu, eu nego!

Pois é, amanhã irei à Clinica pela segunda vez. Na quarta-feira, retornarei para receber a primeira dose de iodo. Antes, deverei coletar sangue para medir o TSH e Tireoglobulina. Para finalizar a semana, sexta-feira, fazendo o exame de imagens, a cintilografia.

Para entender o PCI. Células de tireóide adoram o iodo que consumimos nos alimentos. Como não tenho mais a tireóide, espera-se que não tenha nenhuma célula remanescentes (o que seria uma metástase, pois ela teria saído da tireóide de forma "equivocada"). Então, fazendo uma dieta pobre em iodo estas células (se houver) ficam ávidas por qualquer quantidade de iodo que apareça na sua frente. Ai, a dose de iodo radioativo serve para marcar e matar essas células tireoideanas. Se forem poucas, a dose para o exame até pode resolver... mas se nas imagens (cintilografia) aparecerem "muitas" dessas células "carimbadas" pelo iodo então o caminho é a iodoterapia (quantidade maior de iodo e requer internação hospitalar em ambiente apropriado. O iodo radioativo atrai as células tireoideanas, como o mel atrai o urso. É isso, espero que ao final não seja necessário fazer iodoterapia. Mas, se for preciso, estarei ali, preparado, com coragem e fé na misericóridia de Deus. Fique na paz, com saúde e alegria. Amém!  

domingo, 19 de setembro de 2010

Aniversário

Não podia deixar de postar sobre a passagem do meu segundo aniversário. Há exatamente dois anos atrás, a esta hora estava eu ainda sonolento, deitado sobre um leito hospitalar, depois de uma cirurgia que me deixou, literalmente, sem estômago devido o câncer que o consumia silenciosamente. Se o câncer dava sinais, eu não soube captar. E, somente quando já não tinha o que corroer, comecei a sentir fortes dores abdominais - único sinal, além daqueles provocados pela gastrite.

O que me ocorreu nesses dois últimos anos tem sido a tônica deste blog. Recuperação da cirurgia, quimioterapia, reações à quimio, internações hospitalares em decorrência dessas reações, mudança do protocolo oncológico, sinais de recuperação, fim da quimioterapia, cirurgia do fígado, acompanhamento médico, tireóide, cirurgia realizada e, hoje, às vésperas de fazer um exame no qual devo tirar boas notas para não ser reprovado.

É nesse clima de ansiedade, misturado com contentamento pela evolução da recuperação, da volta ao trabalho e tudo mais, que estou comemorando este meu aniversário. Não tem bolo por conta da dieta. Mas, tem esperança e fé renovada em Deus. Apesar da pouca idade, sinto-me uma pessoa grande, crente na certeza de que a vida é tudo isso mesmo que vivemos. Nem menos, nem mais. Cada minuto que vivemos é a vida que estamos vivendo, não adianta querer pensar que poderia ser diferente. A vida é o que vivemos e por ela devemos dar graças a Deus, agradecendo por todos os livramentos. Amém.  

A dieta continua...

Ontem à noite fui para a 40ª Feira do Lar da Providência, entidade religiosa que cuida de idosos. Tem várias freiras que já estão na idade de serem cuidadas... Feira tipo quermesse, com guloseimas, bebidas, música ao vivo, barracas com brincadeiras, brechós e outras. Foi na de comidas que o bicho pegou, depois de percorrer todas elas, percebi que nada dali eu podia comer... tudo, certamente, tinha dentre os seus ingredientes o sal, alho, margarina ou outros temperos desaprovados para a minha dieta. Restava ficar apenas me servindo de água mineral mesmo, não fosse a preocupação de Jack que encontrou a solução na opção da cobertura do crepe... morango em calda! Um manjá dos deuses! Sempre tem uma solução para os "problemas" que enfrentamos, não é mesmo?! Não adianta ficar encabrunhado, dentro de casa, pensando que a coisa tá ruim. Não estar, pode acreditar. E é na vida, convivendo com as diferenças que encontramos a nossa igualdade. 

Hoje, vou para casa do irmão de Jack para almoçar uma carne de bode (gosto muito), mas por falta de comunicação, ficarei apenas olhando a turma a digerir o bichinho gostoso. Como ele foi temperado com tudo que tinha direito (e proibido pra mim) o jeito é levar a minha quentinha pronta! Preparada com o sal sem iodo, sem alho, sem condimentos industrializados. Não será nem um pouco traumático, nem insuportável ver diante dos olhos um prato que gostamos e não poder colocá-lo perto da boca. Tudo é uma questão de superação mesmo. A vida continua, se hoje não posso, amanhã, quem sabe, poderei desfrutar, não é mesmo? Então, vamos viver as coisas em seu tempo. O tempo hoje é da quentinha! Fique com Deus!  

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O doce sabor do sal

O sal existe!
Faço esta segunda postagem, na data de hoje, para expressar a minha gratidão a uma pessoa que me foi bastante receptiva. Diante das inúmeras negativas ao procurar pelo sal sem iodo, resolvi partir para pesquisar na net. Logo encontrei o site de uma indústria de refinamento, com quem mantive contato telefônico a procura de saber de possíveis representantes aqui na minha cidade. Para a minha satisfação, falei com a Sr.a Cida, da área de vendas, e esta ao saber da pequena quantidade - uma gota no oceano de sal - que a mim interessava, de forma surpreendente foi logo me pedindo o meu endereço para que a mesma pudesse enviar meio quilo! Para mim foi um espanto... a quantidade é bem mais do que realmente preciso para passar esse período de dieta. Agradeci, emocionado por aquela presteza espontânea e aludi que era bastante a metade. Quero dizer aqui que nunca perdi a fé nas pessoas, sempre vamos encontrar apoio, ajuda de quem nunca imaginamos, de pessoas que não precisam conhecer a nossa história para serem solidárias e atenciosas. Com certeza, o sabor da comida será ainda mais agradável pelo sal que receberei e pela grandeza desse gesto, cujo interesse único foi o de atender a uma necessidade humana. 

Um pacote de sal também tem sabor de doce! Obrigado, Cida. Fique com Deus.   

Sal sem iodo

Ontem fiz uma verdadeira maratona em busca do SAL SEM IODO... percorri os maiores supermercados da cidade, não tive êxito! Consultei lojas especializadas em alimentos dietéticos, nada. É como se não existisse no mercado tal produto. Na verdade, essa minha peregrinação em vã reforça o conceito que tenho sobre o mercado de João Pessoa, de visão estreita, os comerciantes enchem as suas prateleiras com as mesmas marcas, os mesmos produtos... se um vende, todos vendem! Assim, qualquer coisa que procuramos, fora desse rol do "feijão com arroz", é quase impossível encontrar. Dificuldade comum aos diversos segmentos do mercado de bens e serviços.

Hoje, complementarei a minha busca indo a um local indicado por uma balconista de uma farmácia de manipulação (procurei nas farmácias tradicionais também), segundo ela tenho exame de encontrar o sal numa "loja vizinha ao mercado de artesanato"... é uma pista que seguirei, a procura do tesouro escondido! Tanto sacrifício para tentar dar sabor ao que posso comer nesse período.

Se encontrar o ouro branco, certamemente divulgarei na clínica que realiza o PCI - de onde sai a recomendação da dieta, quem poderia estar nos dando o caminho das pedras, não é mesmo?! Fique com Deus.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A dieta continua... doce vida!

Pense numa coisa chata ter que encarar uma comida sem sal...  tomar chá por obrigação, ver o ovo de cara nova. Quando frito em margarina sem sal fica mais prá lá do que prá cá, sem falar no gosto do tempero que encontrei para substituir o nosso bom e salgado sal marinho. É tudo com gosto de terra estranha, de fora do nosso ninho.

Acabei de sair da cozinha, fiz um doce de batata doce alterando uma receita simples que encontrei aqui na net. Aproveitei a porção de batata que já estava cozinhada, fiz a mesma retornar para a panela com dois pedaços de canela em pau, esperei ferver por cinco minutos. Depois, com a mesma ainda quente retirei a casca e machuquei a danada até ficar em forma de purê. De volta para a panela, dessa vez, com um copo quase cheio de leite, quase meio quilo de açúcar e exatos 17 pedaços de cravos da índia. Acho que o segredo está na quantidade de cravos. Bom, com tudo isso dentro da panela... dei uma última olhadela e confesso que não gostei do que vi, ficou meio muito estranho. Sabe aquela impressão de que a coisa não dar certo?! Foi essa impressão que tive. Mas, acreditando na força do sazon, empurrei fogo embaixo da panela (bem alto mesmo) e fiquei distante (protegendo o bucho - cheio de cicatrizes, tá lembrado? - do calor do fogão) mexendo com a colher de pau. Ai começou o dilema, a panela começou a espirrar aquela mistura doida e eu buscava pegar na extremidade da colher - aquilo era batata ou milho de pipoca?! Fiquei mais animado quando comecei a sentir que estava encorpando e exalando um cheiro conhecido de doce de batata doce. Será mesmo? Não quis provar, pelo avançado do dia, melhor comer só amanhã cedo... vai que faz efeito durante o sono e comece a soltar os gases indesejados. Dizem que batata é batata pra essa coisa, né? Amanhã, de manhã, no desejum (café mesmo) farei a prova dessa minha proeza culinária.

Durante o fazimento do doce veio a lembrança do tempo da minha adolescência, quando eu passava as férias escolares no interior do Maranhão. Na fazenda de um tio, ao lado de dezenas de primos (só da casa eram oito, mais sete irmãos de criação), além daqueles que iam se agregando por lá. A saudosa dona Joana, caseira moradora e cuidadora da casa principal, fazia um delicioso doce de batata doce... cozido num grande tacho de bronze, clareado pelas repetidas vezes ao fogo. Aquele sim, era um doce de batata doce. Doce vida, saudosa vida que guardo no olfato, no paladar e na alegria de saber que foram vividos com muita intensidade e alegria. Lembro das idas furtivas à despensa para encher os dedos rapando aquele tacho... e alguém gritando ao fundo: "tão mexendo no doce, dona Joana!" Naquele momento saiam da despensa, um, dois moleques, eufóricos e vencedores a correr pelo pátio com a cara lambida ou melhor, com os dedos lambidos.

Voltando para a minha dieta, quero registrar que não tem sido pior devido a dedicação e cuidado que estou tendo por parte de Jack, essa grande mulher com quem tenho dividido os meus momentos nos últimos oito anos. O tempero da panela não representa nada, o que vale mesmo é a grandeza dos seus gestos, que tem tornado aceitável mais esse momento de provação. Verdadeiramente uma prova, fisicamente uma prova, que fatalmente será convertida em mais uma Vitória. Assim como tem sido nos últimos tempos. Obrigado, fique na paz de Deus. Amém! 


domingo, 12 de setembro de 2010

Contagem regressiva para o PCI

A partir de hoje estou iniciando a contagem regressiva de oito dias para a realização do PCI... O exame em si terá início no dia 20, segunda feira da próxima semana. Desde já estou iniciando também a dieta pobre em iodo, nada de sorvetes, leite, iogurte, comida oriental (em especial a japonesa), crustáceos, peixes do mar, bacon, batata frita, salames, salsichas, castanhas, bolachas salgadas, frutas e vegetais enlatados, chás. Recomendação para diminuir ao máximo tolerável o consumo de sal nos alimentos. Os anticépticos também estão na relação do que deve ser evitado nesse período, além dos contrastes radiológicos (nos últimos seis meses) - o que me fez adiar a tomografia computadorizada do abdomen, que estar prescrita pelo meu médico oncologista, para depois do PCI. 

No caso das mulheres deve ser evitada a tintura de cabelos e base de unha, acho que a vaidade nessa hora atrapalha um pouco. 

Quero crer que não terei problemas para obedecer a todas essas exigências. Devo lembrar que tudo é passageiro e esta situação não é diferente, logo mais estarei cruzando a linha de chegada - o Dia D. E depois, poderei ir a uma pizzaria e saborear uma com cobertura de atum (este está entre os itens proibidos).

Se alguém já fez o PCI e viu que falta incluir outros alimentos nessa dieta, por favor me avise URGENTE!  

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Um tarde no pula-pula


A minha neta, Ana Vitória, dando os seus pulinhos numa das áreas mais procuradas pelos turistas que buscam presenciar o por-do-sol ao som do Bolero de Ravel, Praia de Jacaré, município de Cabedelo-PB.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sete de Setembro: Independência ou Morte!

Na maioria das vezes busco relacionar o assunto com a vida ou mesmo com a morte que é a confirmação de que algo ou alguém teve vida. Hoje, não é diferente e a frase histórica dita há exatamente 188 anos atrás, fala da Morte como ato de bravura. Com aquele grito (de desespero) o Brasil foi elevado a condição de país livre, emancipado. Foi, sem dúvidas, um garnde marco na nossa história política. Passamos a andar sozinhos, sem depender (terá sido mesmo assim) de orientação alguma de outros povos que estavam do outro lado do mundo revezando-se no poder supremo. Ora eram os portugueses, ora os espanhóis e até mesmo os franceses tiraram caquinhas nas nossas riquezas, sem esquecer dos ingleses. Enfim, a festa acabou ali na beira daquele riacho, no estado de São Paulo. Tem muitas polêmicas sobre a veracidade dessa passagem, o fato é que estar ilustrado no quadro do Pedro Américo, paraibano e até hoje tem sido cultuado e é melhor acreditar que foi isso mesmo que ocorreu naquela tarde (ou terá sido na manhã?) do dia sete de setembro de mil, oitocentos e vinte e dois.  

O que não dar para deixar de duvidar é se realmente ganhamos a tão sonhada independência, diante de tantas atrocidades que continuam acontecendo com o povo brasileiro. A riqueza que antes estavam (está dito nos livros de história) sendo dilapidadas do país eram as riquezas naturais e minerais, como: ouro, diamante, pau brasil, borracha dos seringais e outras mais. A reallidade atual não mudou muito, o povo continua tendo a sua "riqueza" (considerando a soma da produção do povo) lapidada na forma de pesados impostos e taxas. O algoz apenas mudou de nome e de endereço, transferiu-se do além-mar para o centro do país. Mudou de nacionalidade, não é mais estrangeiro aquele que explora o que aqui se produz. Talvez seja pela falta de riachos como o Ipiranga que ninguém mais dar o seu grito. Ou quem sabe já ficamos afônicos de tanto gritar. 

Hoje, bem que a festa da independência podia ser mais participativa. No lugar dos tanques de guerra e dos armamentos que levam para as ruas poderia estar desfilando o que de concreto importa para o cidadão; a certeza de uma moradia digna, a certeza de que tem um centro médico de fácil acesso, a certeza de que não faltará aula para ser dada aos seus filhos, a certeza de que os anos de estudos serão recompensados com a garantia de emprego e renda. Toas essas (in)certezas poderiam fazer parte desse grande desfile cívico e repetido ao longo dos demais dias do ano. Não apenas no sete de setembro, mas no de maio, janeiro, dezembro...

Como seria bom ver a nossa bandeira tremulando com maior frequência, não apenas no período que dura a copa do mundo ou as olímpiadas mundiais. Como seria bom olhar para o céu estrelado e identificar aquela que representa o nosso estado na bandeira nacional. Como seria bom ver na televisão melhores reportagens (não falo da qualidade técnica) com conteúdo educativo ao invés de assistir a tanta violência - que não nos liberta, ao contrário, nos deixa aprisionados em nossa própria casa. Como seria bom que as pessoas doentes pudessem tratar da sua doença sem ter que se humilhar, mendigando nas portas de clínicas e de hospitais (que são administrados com recursos parcos) e que deixam a desejar.

Às vezes fico pensando se esse ato (gritar pela independência) foi mesmo voluntário ou os portugueses, espertamente, obrigaram os brasileiros a isso! Ou os portugueses livraram-se de um abacaxi ou não nunca soubemos aproveitar a onda da liberdade! Uma coisa é certa, muitos outros gritos ainda estão ecoando diariamente país afora. Tenho dito, fique com Deus!    

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Centro de Valorização da Vida

Há muito tempo alimento a vontade de ser parte atuante do CVV - Centro de Valorização da Vida, mas sempre adiava essa aproximação  por uma coisa ou outra ou mesmo falta de oportunidade para concretizar esta pretensão. Pois bem, ontem participei da primeira etapa do processo de seleção para atuar no CVV de João Pessoa, hoje na condição de Posto Samaritano por não estar atuando nas 24 horas do dia pela falta de pessoas. Após esta seleção espera-se que seja retomada a condição anterior, quando atuava nos três turnos ininterruptamente.

Como funciona o CVV, para que serve e como as pessoas podem acessar a este serviço? De forma simplificada, até porque podemos obter mais informações dando uma pesquisada no google, posso dizer que é um trabalho de voluntários qualificados, compromissados com a valorização da vida do ser humano, com atendimentos presenciais (Av. Rui Barbosa, no antigo Lactário da Torre) ou pelo telefone 3224-4111. Estes atendimentos preservam a identidade daqueles que procuram o Centro e toda a conversa é mantida em sigilo absoluto, não havendo nenhuma forma de registro, nenhum formulário é preenchido, nenhum dado é solicitado daquela pessoa que busca atendimento, anonimato total.

O CVV é a única instituição no Brasil que trabalha na prevenção e combate ao suicídio, reconhecida pelo Ministério da Saúde como sendo um serviço de utilidade pública. É uma instituição madura, 43 anos de existência no pais, formada exclusivamente por pessoas voluntárias que doam seu tempo e a vontade de ajudar a outras pessoas que estejam em momentos de fragilidade, de solidão e com pensamentos suicidas. Combater o suicidio é o seu maior objetivo. Entretanto, muitas vezes atendem pessoas que querem apenas ser ouvidas naquele momento. Os voluntários se revezam em plantões de cinco horas a cada dia da semana, de modo que toda hora tenha sempre alguém para prestar atendimento.

Para ser um voluntário é mister que seja maior de idade e tenha disponibilidade de tempo, com disposição para fazer o acolhimento com todo o respeito que a pessoa merece. O voluntário não dar conselhos, ele escuta a pessoa e procura valorizá-la, fazendo com que essa pessoa faça o reordenamento dos seus pensamentos - que estavam confusos, em muitos casos,  até o momento da ligação ou do atendimento presencial. Ligar para o CVV é uma decisão pessoal e de momento, não há agendamento, nem consultas programadas, não é terapia. Por isso para ser um voluntário do CVV não é exigido nenhum diploma, tampouco o de psicólogo. Como disse, a pessoa, por um motivo qualquer acha que estar sozinha, sente-se na solidão, lembra do CVV e resolve, então, fazer uma ligação para falar com alguém. Essa pessoa terá a certeza de que será ouvida, acolhida, respeitada e poderá decidir o que vai fazer da vida.

Se você ficou interessado no assunto, procure o CVV mais próximo! A maioria deles estar promovendo nesse período o processo de seleção de novos voluntários. Use o seu coração, seja voluntário para a valorização da vida do seu próximo.

Estou tentando, serão mais cinco a oito reuniões, a próxima será na quinta-feira, dia 09, no início da noite na sede da entidade, não sei se farei parte da equipe de telefone. É mais um desafio que estou enfrentando! Fique com Deus.

domingo, 5 de setembro de 2010

Eleições 2010

 


Um vídeo engraçado, infelizmente, um tanto real que podemos, com o nosso voto, pelo menos tentar modificar e trazer um pouco mais de moralidade àquela casa legislativa. São eles os responsáveis pelas milhares de leis, muitas delas absurdas e de interesses de grupos econômicos instalados no nosso país.
Espero que nesse momento de eleição, tenhamos a capacidade de renovar a maioria dos políticos brasileiros. Para citar como exemplo, destaco o episódio do mensalão no que os servidores públicos foram os mais prejudicados pelos políticos corruptos que forjaram uma reforma da previdência perniciosa, acabando com o direito adquirido dessa categoria de trabalhadores. Esse vídeo retrata bem que o que encontramos ali, no centro do país e ao seu derredor, bem próximo da gente... do nosso trabalho, da nossa casa, da nossa vida!
Em 2010, pense muito em quem você vai votar!!! Fique com Deus.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O câncer

O câncer é a segunda maior causa de morte, segundo os dados das organizações de saúde. É um fato concreto e todos os esforços tem sido efetivados no sentido de minimizar esses números macabros relacionados ao mal do século (de qual século?). Vários são as suas formas de manisfestações, a começar pelo nosso maior órgão: a pele, sendo, talvez, o menos agressivo.
Os carcinomas são "vencidos" quanto mais cedo eles forem detectados, essa é uma premissa médica para incentivar as pessoas a fazerem exames preventivos e periódicos. Seria muito bom se esse mal só viesse a se manifestar depois dos 120 anos de vida... e poderia ser detectado, se fosse o caso, aos 119 anos e alguns meses, quando então teríamos tempo para o enfrentamento. Infelizmente isso não tem sido possível e nos deparamos com casos de câncer em pessoas nas mais mais variadas idades, até mesmo bebês podem desenvolver esse processo cruel que consome a carne (e o espírito de alguns), além de causar efeito nas pessoas que cercam aqueles que estão "marcados". Estar marcado é real, porém não significa dizer "condenado a morte". Não é isso ou pelo menos a maioria já pensa assim e acredita na cura.
Acreditar na cura, ter esperança, pensamentos positivos, tudo isso contribui de forma potencial para um bom resultado. Todavia, mesmo com muita garra, muita perseverança, precocidade do diagnóstico e todos os meios disponíveis para lograr "êxito" no tratamento muitos guerreiros tombam nessa jornada. Tombam para elevar-se, para ficar mais perto de Deus, deixando a sua lição de vida bem feita e a tarefa cumprida.
Foi assim com o nosso amigo Gustavo, um jovem rapaz a quem não tive o prazer de conhecer pessoalmente, mas acompanhei nesses dois últimos anos - tempo que ganhei a marca do carcinoma - vários de seus momentos de luta e determinação no enfrentamento com coragem. A notícia da sua partida me foi dada pela sua mãe, Waleska, minha amiga de longas datas. Uma amizade que ficou calada por muitos anos e que reapareceu na dor causada pelo câncer, pelo câncer que me consumia e ao seu filho Gustavo.
Estive no velório e quando perguntado pela Waleska se eu estava bem, faltou-me palavras para responder-lhe que sim. A emoção que senti, quase travou aquela afirmativa. O meu sentimento de solidariedade dizia que eu não podia estar "bem". Isso foi na quarta-feira, dia 01. Passei esses dois dias adiando esse registro, não sabia o que escrever, como escrever. Uma coisa precisa ser dita, valeu Gustavo, a sua luta representa a luta de muitas outras pessoas. Os seus momentos traduzidos no seu blog (o qual acompanhava, com link deste) ficarão como lição de vida. Fique com Deus!