Viagens

Ocorreu a idéia de relatar as viagens que tive a oportunidade de fazer, ao longo desse país chamado Brasil. Foram várias passagens e paradas dignas de serem rememoradas, realmente inesquecíveis pela belelza natural para o nosso deleite.
Infelizmente, muitas dessas viagens tiveram os seus registros fotográficos já perdidos e postarei então algumas fotos encontradas aqui na Internet. Os relatos ficarão restritos aos aspectos geográficos do local visitado, não ressaltarei nenhuma data. Iniciarei pelo passeio que fiz quando morava em Boa Vista, capital do então Terrtório Federal de Roraima, hoje estado de Roraima.

Boa Vista - RR

Capital do estado de Roraima, "presença brasileira além do Equador" era o slogan de uma rádio de grande audiência quando ali moramos. Foram seis meses seguidos estudando no melhor colégio da cidade, as minhas primerias notas colocaram em dúvida a qualidade do ensino... foi praticamente dez em todas as matérias. Algo estar errado, devem ter pensado os meus pais, e resolveram que eu deveria ser matriculado em Manaus onde eu teria melhores condições de aprendizado!

Bom, mas enquanto estava ali aproveitei para apreciar um pouco da cidade. Suas largas avenidas chamavam a atenção, todas planas, uma cidade de pouca ladeira, convergindo para um ponto central chamado de Praça do Centro Cívico, onde estar localizado o Monumento ao Garimpeiro, merecida homenagem da cidade aos trabalhadores dessa atividade extrativista. Veja a beleza de desenho da cidade estampada na foto ao lado, capturada aqui na Internet.

Gostaria muito de poder regressar a Boa Vista, a minha primeira identidade civil foi emitida lá, ainda com número de cinco dígitos. É sempre motivo de honra citar esse número acrescido da sigla SSP/RR. Sem dúvida uma grande façanha chegar àquela longíqua cidade.

A dificuldade que tivemos ao ter que enfrentar filas, de um dia inteiro, para comprar um único botijão de gás ou aguentar o racionamento de energia elétrica... dias alternados para poupar o combustível das máquinas geradoras. Carestia nos gêneros de primeira necessidade. Tudo isso ficou no "esquecimento" para deixar fluir apenas o lado bom daqueles tempos junto aos roraimenses. Linda a cidade. Vale a pena conhecer.

Pedra Pintada

O que é? Um sítio arqueológico localizado no extremo norte do Brasil, na cidade de Planaltina-RR, quase na fronteira do Brasil com a Venezuela.

Um pouco da História

As marcas da passagem do homem pré-histórico em Roraima datam de quatro mil anos. E é lá, na Pedra Pintada, um dos Sítios Arqueológicos mais conhecidos por turistas e pesquisadores, que se encontram as evidências mais famosas dessa história. São pinturas rupestres, pedaços de cerâmicas, machadinhas, contas de colar, entre outros artefatos.

A rocha é um grande monólito de granito com 60 metros de diâmetro e cerca de 40 metros de altura. Na face externa existem pinturas rupestres vermelhas que são até hoje consideradas um enigma para cientistas. Há também cavernas funerárias, uma delas com 12 metros de extensão.

A VIAGEM PARA PEDRA PINTADA

Algumas horas de viagem partindo de Boa Vista, capital de Roraima, na rodovia que liga o estado ao vizinho país da Venezuela e chegamos ao nosso destino a região chamada de Pedra Pintada. Fomos na carroceria de um caminhão, cada um cuidando dos seus apetrehos, como mochilas, colchonetes e lanches. Não estávamos indo em direção a nenhuma hospedaria e a quantidade de estrelas da acomodação ficaria a cargo da capacidade de cada um, afinal o céu seria o nosso teto e a grama o nosso piso.

Eu estava tranquilo, aquela não seria a minha primeira vez num acampamento! Como não foi o local onde tomei o meu primeiro porre, apesar deste momento ter sido mais marcante pela brincadeira que me fizeram passar... colocaram mercúrio cromo dizendo que era mais pinga e a escuridão da noite ajudou no êxito daquele trote. Amanheceu o dia e estava lá a marca da festa, dificil de apagar e de esconder, mais ainda de fugir das piadas. Mas, a beleza rústica do lugar apagava qualquer incômodo.

Daquela noite do porre lembro da gritaria que ajudei a promover quando brincava com um filhote de jacaré que havia sido capturado, quanto mais eu brincava com o danado mais gritos de susto podia ser ouvido pela galera temerosa. Pobre bêbado, não sabia do risco que estava correndo de perder uma falange pela mordida daquele bicho.

Uma região, muito bonita mesmo. Recheada de pedras, grandes lajedos nos quais via-se formações de vegetação como se fossem óasis em forma de coração. Diziam que na revelação das fotos os corações ficariam distorcidos, nem adiantava fotografar diziam alguns que já estavam na segunda visita aquele paraíso.São detalhes que gostaria de hoje poder voltar para conferir. Fica apenas na vontade. Recomendo o passeio, só não sei se hoje em que condições isso pode ser realizado pelos mais aventureiros.

MINHAS ANDANÇAS PELA REGIÃO SUDESTE

SÃO PAULO - SP

Foi nessa grande metrópole que eu passei a maioria dos finais de semana nos anos em que morei em Campinas, onde estudava em regime de internato na Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Foram dois anos, perdi a conta das vezes que entrei no ônibus em Campinas para desembarcar na Estação da Luz. Na cidade em si nunca tive a oportunidade de ver beleza alguma, aquele emaranhado de prédios podem até esconder muito mais do que imaginamos existir. Digo apenas que não é das mais indicadas para quem busca descanso, não é mesmo. Claro que ela tem grande valor, é deveras um grande centro tecnológico, científico e cultural.

A cidade me recebeu novamente cerca de dois anos atrás, dessa vez foi que não deslumbrei nada mesmo pois estava de volta ali para fazer um exame médico que não era feito na minha região.

Para muitos nordestinos ainda continua sendo um sonho viver na selva de pedra, para onde migram em busca de trabalho e renda.

CAMPINAS-SP - apesar de ser uma cidade do interior, é um dos maiores centros urbanos do país. A pouca distância da capital, menos de duas horas de viagem de ônibus, favoreceu o crescimento populacional com qualidade de vida aos seus moradores.

Durante o período que passei em Campinas, aproveitei os finais de semana e principalmente os feriadões para conhecer as cidades nos seus arredores, como Amparo, Americana, Limeira, Itaici, Mogi Mirim, Mogi Guaçu, Jundiai, Piracicaba e Itú, para citar algumas. Com destaque para aquela que foi por muito tempo motivo de curiosidade de muita gente pela divulgação que faziam alegando ser uma terra de gigantes, lá tudo era grande. Isso mesmo, estou para falar agora da cidade chamada Itú.

CIDADE DE ITÚ - Como toda pequena cidade interiorana paulista, poderia ser descrita dessa forma, não fosse a particularidade de estar, na época da minha visita, no auge do falatório popular que insistia em dizer que lá tudo era grande... pizza era vendida e cobrada por metro quadrado (não era por kilo ou por porção)! os semáforos poderiam ser vistos das cidades vizinhas (atrapalhando o trânsito nessas cidades)! orelhão colocado em poste!

Tudo começou com uma frase de um repórter que saiu de Itu e foi morar na capital do estado e ao chegar lá passou a tirar sarro com a cara dos colegas, afirmando que em Itu aquilo era muito maior! Se mostravam a ele um monumento, logo afirmava que em Itu tinha maior ainda. E o que foi uma simples frase em tom de gozação, passou a ser visto como possibilidade de atrair turistas e levar divisas ao município até então desconhecido.

Logo na nossa chegada, constatamos que a coisa era séria mesmo, nos deparamos na rodoviária com uma poltrona digna de acomodar a Mulher Melancia, Mulher Jaca e tantas outras frutas juntas e confortavelmente instaladas. E saimos em busca de conferir todos os demais itens acima já descritos.

Sem dúvida um passeio muito divertido, mais ainda quando percebemos que estávamos embaixo do orelhão e este nos fugia da visão (pela sua grande altura) que insistia em olhar na horizontal tentando encontrá-lo na praça central da cidade. Algumas brincadeiras foram confrmadas, outras ficaram apenas no nosso imaginário. No meu em particular, ainda me pego lembrando dos movimentos naquela manhã friorenta e no resto do dia, até o regresso que ocorreu no dia seguinte.

AMPARO-SP - Outra cidade tipicamente interiorana, clima gostoso, limpa, organizada, praça com cloreto por onde circulavam os namorados e os enamorados ao som da orquestra que embalava a noite fria.

Sem dúvida uma grande experiência que vivenciei, principalmente por ter ficado hospedado na casa de um colega da escola, não conhecia mais ninguém naquela casa até a minha chegada. Eram pessoas que nunca tinha visto antes e isso, de certa forma, me amedrontava um pouco. Temia cometer alguma gafe.

Mas, aos poucos aproveitei aquele feriadão para conhecer a beleza da região. Lembro de ter ido conhecer uma exposição de orquídeas, que combinava bem com a ocasião e o período climático.

Aproveitei para conhecer Mogi Mirim, Mogi Guaçu e Mogi das Cruzes outras três cidades paulistas que tem em seus nomes o signficado de rio pequeno, rio grande e rio das cruzes, respectivamente. Sobre uma delas, não me recordo em qual delas, cruzamos os ares montados num teleférico. Um belo passeio que ficou na minha história.

PIRACICABA-SP - Outra pequena grande cidade do interior paulista. Não muito distante de Campinas, menos de duas horas naquela época. Fui para visitar uma pessoa que havia conhecido numa atividade da Escola. Não pude comparecer às festividades dos seus quinze anos, estava cumprindo uma penalidade que me impedia de sair no final de semana no qual ocorreu a festa.

O inusitado do presente fez toda a diferença nessa viagem e acabou ficando marcado pra sempre na minha lembrança. O gosto que essa pessoa tinha pela natureza me induziu a pensar em dar-lhe algo que tivesse relação direta com isso. Acabei levando uma muda de pinheiro, nem imaginei que poderia não encontrar espaço no jardim da sua casa (sabia que morava em casa). Confesso que na hora de entregar a minha lembrança, que estava envolta num saco - só com algumas folhas de fora, foi o maior mico que paguei.

Procurei o buraco para esconder a minha cabeça e não as raízes do pinheiro! Acabou bem, com a promessa da mãe de plantar aquela mudinha (nessa hora eu também estava mudo e transpirando) ao lado da piscina. Não me recordo se chegaram mesmo a plantar, tamanha empolgação que passei a ter para conhecer a cidade.

A cidade detinha uma das melhores faculdades de Agronomia da região, creio que era mesmo um polo de importância nessa área, apesar de ter algumas indústria ali localizadas e apresentar padrão de vida relevante.

Como toda cidade que se preza, as praças davam o charme especial para o deleite dos que buscavam entretenimento na saída do cinema. Piracicaba, nome de origem indígena, banhada pelo rio de mesmo nome cujo significado é "lugar onde os peixem param". Interrompendo a piracema. Podemos observar os peixes subindo contra a corrente das águas quando estão no período da desova. Uma luta pela sobrevivência da espécie que gera cenas de grandes efeitos. Vale a pena conferir.

RIO DE JANEIRO - RJ

Ainda na região sudeste, enquanto aluno da escola militar, estava mais para turista de plantão, como me chama uma colega de trabalho, do que estudante das letras, números ou da arte de guerras. Viajei bastante, não só aos arredores de Campinas, mas tive a chance de ir mais além. E a cidade maravilhosa também teve a felicidade de me acolher. De lá guardo apenas as imagens da casa da minha tia na região de Jacarepaguá, Praça Seca e adjacências. Os pontos turísticos eu não visitei.

Mas, para não dizer que fui à Roma e não vi o Papa. Registro que aquela não foi a minha primeira aparição entre os cariocas. Bem antes, quando eu estava saindo da primeira infância, era um morador da cidade e na condição de hóspede completei os meus 6 anos de idade dentro do Forte de Copacabana. Lembro dos banhos de mar naquela praia que em breve entraria no cenário brasileiro através da musicalidade dos que nela se inspiravam, assim como ocorreu com a Praia de Ipanema.

Cidade cantada em prosa e em verso, mas não me atrai a idéia de tornar a visitá-la. Lá perdemos o nosso irmão de sangue, vítima de acidente de trânsito, e a violência propalada aos cantos ventos são motivos inibidores de qualquer vontade de pisar em solo carioca. Tem outros destinos mais interessantes e atraentes.

FOZ DO IGUAÇU-PR

Aproveitamos um feriadão, desses que fazem a semana terminar numa quarta-feira, para sairmos em grupo de quatro amigos e um colega (três eu convidei e um foi convidado de um deles, comigo dava um total de cinco pessoas) com destino a cidade de Foz do Iguaçu-Paraná para conhecer de perto as Cataratas do Iguaçu. Na bagagem uma câmera fotográfica Olimpus Pen-E2 e vários filmes para slides. Tudo sendo registrado.

Programei toda a viagem, com um pequeno detalhe, nós, eu e os meus convidados, só tinhamos dinheiro para as passagens de ida. O outro colega, convidado do meu amigo, estava garantido que voltaria por ter o dinheiro das passagens de volta. Isso sim podemos chamar de aventura (ou de irresponsabilidade?), considerando que tínhamos prazo para entrar de volta na Escola, sob pena de sermos punidos pela impotualidade. A intenção inicial seria aproveitar a farda e pedir carona na estrada. Veremos o que aconteceu na viagem.

Saimos de Campinas, na noite de quarta-feira mesmo, rumo a São Paulo de onde pegaríamos outro ônibus com destino a Curitiba-PR e de lá um terceiro ônibus que nos levaria direto para a cidade de Foz do Iguaçu. Cerca de dezoito horas depois chegamos ao nosso destino final. A nossa hospedaria foi o Iº BFron - Batalhão de Fronteiras, quartel do exército localizado no centro da cidade e que certamente nos daria guarida durante aqueles dias de descanso. Estávamos todos paramentados com os nossos uniformes e os soldados nos receberam incrédulos, sem saber o que deveriam fazer! O sentinela da hora chegou a apresentar armas, demonstração de respeito somente feita a oficiais superiores e não era ainda o nosso caso. Feitas as devidas apresentações, fomos conduzidos à sala do comandante daquela Unidade Militar que nos recebeu de forma muito mais prestativa do que esperávamos. Perguntados a respeito das nossas intenções na cidade e ciente de que todos estavam ali desprovidos de dinheiro para locomoções em táxi (acho que nós imaginávamos encontrar as quedas dágua na praça central da cidade!). Em momento algum lembramos das despesas que teríamos em nos locomover na região. Além das cachoeiras, o atrativo da região é atravessar a fronteira com o Paraguai, pela Ponte da Amizade, também com distância considerável a ser vencida. A pé, seria impossível dentro do prazo disponível. E atravessar a fronteira com a Argentina. Bem como visitar o ponto onde marca a Tríplice Fronteira - Argentina - Brasil e Paraguai, margens dos Rios Guaçu e Paraná, local com monumento próprio indicativo dessa configuração geográfica.

Creio que a comoção tomou o coração daquele comandante diante de cinco jovens aprendizes (de tudo) e tomou a decisão de autorizar o uso de uma veraneio (de uso particular), escalando um soldado para a direção daquele veículo. Para nós parecia uma nave espacial e um sonho. Andar num carrão daquele, novinho e ainda por cima com direito a motorista. A ordem era passear! E cumprimos as determinações.

Após visitarmos todos os recantos da cidade, partimos para conhecer as cachoeiras. Estão localizadas na área de parque nacional, impressiona desde os primeiros momentos da nossa chegada. O som estriente da água jorrando é ouvido a dezesnas de metros de distância, que vai nos guiando até encontrarmos um ponto seguro para a contemplação desse belo, magnifíco e todos os demais adjetivos que podem definir aquele ambiente natural.

De inúmeros mirantes, em diferentes planos, podemos ver e sentir de perto toda a magnitude daquelas cachoeiras. Ora era vista de baixo, ora podíamos tocar nas suas águas e em certos pontos estamos posicionados acima do ponto de queda. Impressionante mesmo, um local que merece ser visitado.

Atravessar a fronteira é algo que também emociona, visitar pessoas que falam outro idioma e tem outros costumes é deveras fascinante. Imagine ter a oportunidade de visitar dois países vizinhos. Foi assim que pisamos em solo argentino, após fazermos a travessia de barco (hoje sei que existe uma ponte construída anos depois) com destino a cidade maradona de Porto Meira. Valeu apenas pela satisfação de estar em terra estrangeira. Enquanto no Paraguai, a cidade Puerto Strossner foi a porta de entrada. O cassino movimentava a noite enquanto bebidas, cigarros e outros itens de consumo eram vendidos ao longo do dia nas ruas sujas e movimentadas da cidade. Pelo que sei, hoje, não é muito diferente.

Vale a pena conhecer a região? Claro que sim, é de fato um memorável passeio e não requer nenhum requinte de aventura, tendo dinheiro, naturalmente.

Ah, quer saber como foi que retornamos para Campinas?! O colega convidado retornou antes de terminar o final de semana, acho que foi de avião. E nós outros tivemos as passagens compradas pelo nosso anfitrião, assumimos o compromisso moral de retribuir aquela cortesia com o soldo daquele mês.Como ele não quis informar dados para remessa do valor em questão, compramos uma lembrança e remetemos para a esposa dele.

REGIÃO NORTE

De volta para a região Norte levo comigo as minhas lembranças para a cidade de Manaus, poderia ser para Belém, mas por uma questão de ordem tecerei comentários primeiramente sobre a capital do Amazonas.

MANAUS-AM - Vista de cima, ainda dentro da aeronave, as imagens impressionam pela grandeza da floresta que cerca a cidade. Sem dúvida alguma é um local para desfrute de momentos de férias, sozinho ou com a família. Tive a oportunidade de morar em Manaus durante alguns meses. Ali passei uma entrada de ano sozinho, ouvindo música num radinho de pilha (uma única pilha mesmo).

A beleza da região faz esquecer qualquer sentimento. O grande atrativo da época era o comércio da Zona Franca com produtos importados (hoje são fabricados ali mesmo) a preço acessível a todos. Macacão e calça LEE era a febre que alimentava o consumo, bem como qualquer produto da marca ADIDAS (ainda não tinha a indústria da pirataria), relógio era SEIKO ou MIDO (não se falava em ROLEX) e os produtos eletroeletrônicos eram os mais procurados, pela dificuldade de aquisição nas demais regiões do Brasil.

Bom, deixando o consumo de produtos industrializados de lado e vamos recordar do vimos dados pela mãe natureza, sem nos cobrar nada em troca, apenas esperava que tivessemos o cuidado (que ainda não estamos tendo!). A cidade é banhada pelo Rio Negro, mais na frente este encontra-se com o Rio Solimões para formar o Rio Amazonas. A água mais escura do Rio Negro contrasta com as do Solimões que por longo trecho rio abaixo vão aos poucos se misturando. Este ponto de encontro é bastante visitado por turistas e curiosos da natureza, ávidos por um belo espetáculo.

Na cidade, o porto para atracação das embarcações, construído sobre o rio Negro, oscila de acordo com o volume de suas águas. E olha que não é pouco esse volume. Perde-se de vista o outro lado da margem do rio. Em determinados trechos do rio oferece verdadeiras praias naturais de água doce para o deleite dos banhistas de plantão.

Voltei outras vezes a Manaus, de passagem para Boa Vista ou no retorno para São Paulo. Como se fosse uma despedida passei uma semana antes de vir morar novamente em João Pessoa-PB. Não sabia que anos mais tarde estaria tendo a oportunidade de tornar a visitar a cidade, dessa vez em outras condições e mais ambientado com a região, apesar de ter passado um tempo considerável desde a minha última partida. Muitas coisas encontrei diferente, o comércio local já não é tão atrativo - mesmo com as fábricas funcionando na cidade - os preços são praticamente os mesmos das demais regiões brasileiras. E as novidades não existem mais, o que é comercializado lá é do conhecimento da maioria dos mortais. Hoje, os "lançamentos" são conhecidos por outros meios.

Nada disso invalida a inclusão de Manaus no seu roteiro de viagem a passeio. Vale a pena conhecer pessoalmente a beleza e a exuberância da região amazônica. De povo gentil e hospitaleiro, oferece boas condições para o desfrute daquelas paragens.

BELÉM - PA

A capital do estado do Pará é considerada a maior cidade na linha do Equador, a segunda cidade mais populosa da região Norte e principal cidade da maior região metropolitana da Amazônia. É a porta de entrada da região amazônica, principalmente para quem faz essa viagem por via marítima e fluvial.

Também chama a atenção o número de mangueiras ao longo das ruas e por isso mesmo é chamada popularmente de "Cidade das Mangueiras". Por outro lado, devido a miscigernação do povo português com os índios Tupinambás é conhecida por "Cidade Morena".

Por lá passei uma vez com destino a Santarém-PA, tendo na ocasião pernoitado por duas vezes. Aquelas poucas horas deu para sentir todo o encanto e magia da cidade, confirmado quando retornei anos depois e para passar uma semana, quando participei de um evento ligado ao meu trabalho. Foi quando pude nas horas vagas conhecer um pouco da cidade. O Mercado de Ver o Peso não poderia ter sido esquecido e outros pontos igualmente visitados por quem chega à cidade do tacacá ou do pato ao tucupi, iguarias que são facilmente encontradas na cidade.

É verdade que durante todo o período da tarde, por volta das quatro horas, a chuva se fez presente. Nem que fosse alguns pingos dágua.

SANTARÉM - PA

Santarém é um município brasileiro do estado do Pará. localizada às margens do caudaloso Rio Tapajós, conhecida poeticamente como a "Pérola do Tapajós", confluência com o Rio Amazonas.

Passagem para quem navega entre Belém e Manaus, atraindo a permanência de muita gente. O maior atrativo da cidade é o passeio pelos rios, embarcados em verdadeiras gaiolas. A maioria dos passageiros levam as suas próprias redes para ficarem acomodados durante todo o trajeto, horas e muitas vezes dias a depender do destino final de cada um.

Navegamos naquela viagem por três rios, como se fossem três rodovias, numa embarcação de pequeno porte. Apesar de não ser dos maiores barcos, dispunha de pequenos camarotes - entrava neles apenas para deitar e dormir - lembrando grandes gavetas o que evitou armar as nossas redes que ficaram na bagagem mesmo. O destino era o porto da cidade de Oriximiná - localizado nas brenhas do Pará. Navegamos durante toda a noite, confiantes na perícia do piloto-comandante. A escuridão só era quebrada eventualmente, creio que era para tirar alguma dúvida do comandante, quando alguém acendia uma luz forte clareando algumas dezenas de metros adiante. Mantinham apagada aquilo que mais parecia ser um holofote. Longe de ser um farol comum aos nossos veículos. Era para poupar a bateria, ouvi falar, para justificar o breu da viagem.

No percurso passamos já de dia na cidade de Óbidos - tido como um dos locais onde o Rio Amazonas se alarga e ganha alguns quilômetros entre as suas margens. Tornando-se um verdadeiro mar de águas doces. Águas profundas que guardam no seu leito riquezas e mistérios.

Lembro de termos sido ultrapassados por um navio e com pouco exagero posso afirmar que não se distinguia as pessoas no convés, tamanha era a distância guardada entre as nossas embarcações. Nessa hora pensei que não teria braços para chegar a nado a algum local com terra firme e logo voltei o pensamento para a exuberância da região, lembrando da vitória régia que tinha acabado de avistar!

Na volta para Santarém estava eu curtindo o sol na proa, adormeci embalado pelos movimentos típicos da navegação quando fui despertado por uma onda que lavou parte do convés, um susto e tanto, motivo de risos. Não dormi mais no restante das horas seguintes. Na volta ninguém se perde, frase dita pelo saudoso José Américo de Almeida, mas não sabia ele que a volta também pode ser bem mais rápida do que a ida. É que, nesse caso, navegando rio abaixo a embarcação navega mais livremente e alcança maior velocidade, vencendo a mesma distância em menor tempo. Viajando e aprendendo. Visite Santarém, beba das águas dos seus rios.

REGIÃO NORDESTE

A minha região de origem, nasci na cidade de Teresina, capital do estado do Piauí e como todo estado tem as suas belezas naturais como as que visitei e relatarei aqui na sequência seguinte.

Antes de comentar sobre as cidades do nosso nordeste, permito-me falar que estamos na região mais quente do país em todos os sentidos, aqui não só temos o calor do sol, presente nas demais, como temos em destaque o calor emanado dos nossos irmãos nordestinos que sabe receber as pessoas com o mesmo carinho que recebe um parente ou um amigo de longa data. Todos os nove estados que fazem parte do nordeste merecem o olhar presente do turista, para onde muitos acabam retornando para fixar moradia.

Conheço todas as capitais da região, em cada uma delas estive a passeio e guardava comigo, até então, as minhas impressões. Agora, estou partilhando com vocês essas passagens por cada uma delas.

JOÃO PESSOA - PB

O  nome da cidade veio com a morte do homem e político, morto assassinado na vizinha cidade de Recife-PE em circunstâncias ainda obscuras. Uma homenagem que estar sendo questionada ainda nos dias de hoje na tentativa de mudar o nome da cidade para Parahyba.

Polêmicas a parte, este espaço não é para esse assunto e sim mostrar o que a cidade e o estado tem para apresentar aqueles que vem nessa direção. E tem muita coisa a ser vista, tanto aqui na capital, com um vasto litoral de águas sempre mornas a qualquer época do ano, como no interior da Paraíba, estado do qual João Pessoa é a capital.

É a terceira cidade mais antiga do Brasil, teve vários momentos de auge na história brasileira, com destaque para a presença do Imperador D. Pedro, tendo em vista ter sido uma das poucas Capitanias Reais. Atualmente muitos locais atraem a vista dos seus visitantes, como a Estação Ciência a primeira e única obra do arquiteto Oscar Niemeyer, a primeira praia oficial de naturistas, onde pode ser praticado o nudismo na sua área delimitada - frequentei muito, é um verdadeiro paraiso. Bons restaurantes e serviços de hospedaria de primeira qualidade dotam a cidade de estrutura para receber grande número de pessoas ao longo de todo o ano. A calmaria da cidade só é quebrada para receber os foliões do carnaval.

A cidade é considerada a cidade mais verde do Brasil e pode ser a segunda do Mundo com essa mesma característica, tem ainda o ponto mais extremo das Américas, correndo o risco de perder esse patrimônio natural para a própria natureza que insiste em debastar a barreira do Cabo Branco num processo crescente de erosão provocada pelas correntes marítimas. Vale a dica para vir conhecer antes que ele desapareça para sempre.

Moro na cidade há mais quatro décadas, quando cheguei estava completando nove anos de idade. Apesar de ser uma cidade antiga, a maioria das suas obras e construções são muito recentes. Tenho testemunhado o crescimento da cidade em seus diversos aspectos. Uma boa oportunidade para quem deseja investir numa cidade de futuro. Dizer a João Pessoa que tem prazer em conhecê-la, não é nenhum erro de concordância, prova apenas que você estar gostando da cidade. Seja bem vind@!

ATRAÇÕES TURÍSTICAS DE ALGUMAS CIDADES DA PARAIBA

Cabaceiras - Localizada a pouco mais de 160 km da capital, de fácil acesso por rodovias asfaltadas ou pegando um atalho com pequeno trecho sem pavimento. É conhecida por Hollywood Nordestina, por ter sido palco para vários filmes de renome sendo Auto da Compadecida, comédia escrita por Ariano Suassuna, o que rendeu maior repercussão à cidade que teve as suas casas transformadas em cenário e até hoje estão praticamente do mesmo jeito. Tem a igreja católica, palco de grande parte da história, a casa do padeiro, o oitão da igreja e vários pontos. Tem na criação de bode a sua principal fonte de renda, promovendo festas que homenageiam esse caprino rendendo-lhe todas as honrarias de um rei - de um onde se extrai o nome: Festa do Bode Rei.

Boa Vista - Município vizinho de Cabaceiras, ressalta-se pela existência do Lajedo de Pai Mateus, também cenário de filmes, como Romance que retrata o drama de uma família na caatinga nordestina. A beleza da caatinga e as pedras enormes e de variadas formas espalhadas ao longo de um grande lajedo instigam a curiosidades daqueles que ali chegam. E perguntas ecoam: de onde vieram aquelas pedras enormes? E diante das Pedras das Sacas de Lã, perguntamos, quem as empilhou daquela forma? Veja a foto ao lado. Estas e as outras pedras estão situadas dentro da área de um Hotel Fazenda e são permitidas as visitações públicas, estando ou não ali hospedados, acompanhados por um guia local. Melhor período para visitação é por volta das quatro horas da tarde, assim pode ser apreciado o por-do-sol entre as pedras.

Campina Grande - A segunda cidade do estado em concentração populacional e uma das mais importantes da região nordeste, destacando-se em tecnologia da informação, com desenvolvimento de softwares e preparo de profissionais com maestria. Localiza-se a pouco menos de 120 km da capital, podendo chegar, partindo de João Pessoa, por rodovia federal duplicada. A cidade tem se consolidado a cada ano como sendo palco do maior São João do Mundo - disputa que leva a sério com a cidade de Caruaru, interior de Pernambuco. Tem clima de montanha por estar situada no alto da Serra da Borborema, que empresta o seu nome para homenagear a cidade com o título de Rainha da Borborema. Bem merecido pela pomposidade com que vem sendo erguida, pela história dos filhos e das pessoas que acolheu. Parabéns Campina Grande por todos os seus encantos. Vá descobrir porque o Açúde Velho tem água, se o Açúde Novo não tem. Vale a pena!

Sousa - Alto sertão da Paraíba, como dizem que do meio em diante estamos chegando ao fim, quase no final do estado. Escondia até pouco tempo uma reserva de petróleo que apareceu casualmente quando um cidadão cavava um poço em busca de água na sua propriedade. Segundo consta e que foi publicado pela imprensa a Petrobrás vai manter lacrado o poço para futuras explorações. Enquanto isso, o que leva as pessoas àquela distante cidade são as pegadas de dinossauros encontradas no leito de um rio, surgindo com a comprovação dos fatos a necessidade da sua preserevação, daí foi criado o Parque dos Dinossauros. Apesar de ser órgão do estado sobrevive com limitações e ajuda dos comerciantes locais, segundo nos foi dito durante a nossa visitação. São marcas perfeitamente visíveis, deixadas na lama (depois secou e virou pedra mesmo) por um grupo desses animais pré-históricos que sabe-se, hoje, ter vivido de fato nessa região do país. Ir até lá pode ser uma viagem ao seu passado. Se ficou interessado pode pesquisar mais sobre o assunto, aqui mesmo na Internet. Ah, na entrada da cidade tem um belo hotel que oferece conforto e comodidade, acesso a Internet por meio de wireless e por conta da casa mesmo.

Outras cidades paraibanas merecem pelo menos ser citadas como Areia - região que abrigou grandes engenhos e hoje, transformou-se numa cidade cultural promovendo, anualmente, o seu Festival de Inverno e a Festa da Cachaça. Herdou um dos primeiros Teatros do Estado, recentemente restaurado, construído para o deleite dos grandes senhores de engenho. A cidade de Cajazeiras, pelos filhos ilustres que deu à Paraíba. Brejo das Freiras com as suas piscinas térmicas e lama medicinais. Na verdade a localidade abriga um única obra estruturada pelo governo e arrendada para particular, ali acaba a estrada que liga o local a cidade mais próxima, distante pouco mais de 20 km. Na minha primeira visita causou espanto o fato de que a estrada realmente termina na entrada do hotel. Não se passa por Brejo das Freiras, vai-se a ela. Uma opção para quem tem interesse em visitar, sem gastar muito, é passar o dia nas piscinas e ao final do dia retornar para Cajazeiras, onde se encontram outras opções para descanso a um custo bem menor. No município do Ingá, encontramos uma pedra com inscrições rupestres feitas não se sabe por quem, talvez tenha sido pelos mesmos que marcaram presença nos sítios arqueológicos do Piaui. Conferir pessoalmente é melhor, aumenta a sensação de que os nossos antepassados, mesmo sendo toscos, tiveram a intenção de deixar alguma mensagem.

Deixando a Paraíba, literalmente falando, podemos rumar no sentido norte e desembarcar lá no Piauí para conhecer a beleza da minha cidade natal. Pode ser quente, fervendo, mas acolhe bem todos aqueles que ali chegam e sem tostar ninguém vivo deixa ser levada de volta na bagagem da saudade. Desabotoe a camisa, afrouxe o cinto, você estar prestes a entrar em Teresina deve ser assim o dito das aeromoças que fazem aquela rota. Vamos lá.

TERESINA - PI

Cantada em versos e prosas, a cidade estar localizado na região central do Piaui, inicialmente nasceu do lado do Maranhão, onde hoje é a cidade de Timom, transpôs o Rio Paranaíba (separa os dois estados) para ficar entre este e o Poti. Bebendo das duas águas. Cresceu mais ainda e pulou as cercanias naturais do rio Poti, ergueu pontes modernas para que o seu povo pudesse ir e vir de um lado para o outro, acomodando mais gente no seu entorno. Espantou os urubus que sobravam nas avenidas e foi ocupando mais e mais espaços. Cresceu para cima também, como todo grande centro urbano e moderno. Deu vez aso seus filhos e proveu de emprego/renda aqueles que acreditaram na capacidade de manter o calor dessa chama em busca do progresso que acabou chegando.

Muitos disseram: Visite o Piauí antes que ele acabe! Infelizmente muitos não estão mais entre nós para ver que estavam enganados com esta afirmação. O estado não acabou e a cidade floresce mesmo com o dito de que lá podemos fritar ovos no asfalto. Até pode ser possível esta e outras façanhas, afinal isso não denigre nem atrapalha o andar da cidade e dos seus habitantes.

A cidade em si chama a atenção pelo traçado dos seus quarteirões, como são chamadas as quadras, e suas ruas e avenidas. Por uma das avenidas, Miguel Rosa, é possível circular toda a cidade e retornar para o ponto de partida sem perceber que estamos voltando. A rua refrigerada garante o bem estar dos seus transeuntes e daqueles que comercializam ao seu redor. É apenas um quarteirão, mas demonstra que é viável estender para os demais!

ATRAÇÕES TURÍSTICAS DE ALGUMAS CIDADES NO PIAUI

Muitas cidades merecem destaque, mas falarei apenas das que tive a oportunidade de conhecer pessoalmente. Eis algumas delas:

Parnaíba - Localizada na pequena faixa de terra que forma o litoral do estado atrai a atenção de turistas pela beleza não só das poucas praias de Luiz Correia, mas também do que podemos vislumbrar com o passeio pelo Delta do Parnaíba em embarcações seguras. Durante todo o dia, até o por do sol, você tem diversão garantida a bordo desses barcos de pequeno porte. Almoço e bastante caranguejo para evitar passar fome no percurso. Você pode levar a sua bebida e lanches, lembrando apenas se for dirigir não beba. É muito relaxante o passeio, às vezes perde-se o fôlego diante de tanta trilha sobre as águas escuras do rio. Lembrando apenas que o barco estar sendo conduzido por uma tripulação experiente. Muito bom o passeio. Na volta, pela sua proximidade geográfica, é bom dar uma paradinha para conhecer de perto um dos sítios arqueológicos mais importantes do estado do Piauí, com inscrições rupestres e tudo mais.

PIRACURUCA - Abriga o Parque Nacional das Sete Cidades, cujo nome tem origem em sete formações geológicas com formas curiosas devido à erosão de milhares de anos. Estas formações inspiraram a imaginação dos que começaram a explorar o local que achavam-nas parecidas a ruínas de cidades, daí o nome: sete cidades.

Localizado a cerca de 18 km do centro de Piracuruca, na mesma rodovia que leva ao litoral do estado, é com certeza um dos orgulhos do povo da cidade e do Estado.

É de uma beleza exuberante, suas várias formações rochosas de diversos nomes, tamanhos e formas, algumas muito altas, lembram castelos, edifícios, muralhas, pessoas, animais, mapas e objetos, é um mundo em pedras, além de maravilhosos banhos (riachos, piscinas naturais) e uma linda cachoeira, pode-se encontrar também uma grande variedade de animais silvestres e inscrições rupestres de origem desconhecida, que datam de mais de 6.000 anos.

SÃO LUIZ - MA

Foi somente no terceiro retorno a São Luiz que percebi de fato a riqueza daquela cidade. A beleza dos casarões é facilmente perceptível a qualquer um desde o primeiro momento. Bem como os detalhes dos azulejos azuis na fachada dos imóveis que compõem a região mais antiga da cidade. As praias de extensa areia até o mar é outra particularidade que chama a atenção dos seus visitantes. Entretanto, se você visitar a cidade fora do mês de junho, como as duas primeiras vezes que ali estive certamente não terá, assim como eu não tive, a oportunidade de conhecer o folclore que marca a cidade na figura do Bumba Meu Boi. Deveras enche os olhos com tamanha beleza e graça dos seus dançarinos. É uma mistura de lenda, sátira, comédia e tragédia, enfim, um drama contado como se fosse uma ópera popular para contar e dançar a saga de Catirina, mulher grávida que teve desejo de comer a língua do melhor boi da fazenda, onde o seu marido era o vaqueiro. Segundo alguns historiadores o Boi Bumbá do Amazonas teve no Maranhão a sua origem, com algumas adaptações na região. A cidade antiga apresenta ruas estreitas e sinuosas, evolução sem nenhum planejamento urbano, característica de cidades da mesma época da sua fundação. Pela sua posição geográfica costuma-se dizer que não São Luiz não é local de passagem, para lá se vai mesmo! Programe uma ida a São Luiz para as próximas comemorações juninas, verá que vale a pena!

FORTALEZA - CE

Praia de Iracema, Praia do Futuro e Mercado Central são passagens obrigatórias para quem chega à capital do Ceará, Fortaleza. Numa das vezes que fui a Fortaleza fiquei hospedado num hotel na Praia de Meireles, uma das praias centrais da cidade. De lá, pode-se ir a pé para a vizinha Praia de Iracema, visitar shopping Center e freqüentar bons restaurantes e bares com música ao vivo.

Quando cai a tarde em Meireles é hora dos feirantes armarem as suas barracas à espera do turista que busca levar pra casa uma lembrança do estado, uma peça do vestuário e diversas outras opções ao seu dispor, gosto e disponibilidade financeira. Como em todos os lugares onde há grande número de turistas, os preços costumam ser majorados e a pechincha é fundamental na hora das compras. Lembro de ter pago por uma peça entalhada a terça parte do valor pedido. Naquela chutei o valor e colou, poderia ter sido mais em conta ainda! Nem preciso falar que vale a pena conhecer Fortaleza, afinal para muitos é um roteiro já programado para as próximas férias. Não vai se arrepender.

Ir ao Ceará para conhecer a sua capital deve ser aproveitada também para conhecer as belezas de Canoa Quebrada, praia do litoral sul, localizada no município de Aracati. De Fortaleza partem vans e outros meios de transporte coletivo diariamente, com retorno sempre no mesmo dia.

Já para quem tem mais tempo e disposição para viagens de carro mais longas sugiro conhecer a cidade de Ubajara, mais na região central do estado. Estive lá no mês de julho de 2008, o clima da cidade mais parecia de uma cidade da região sudeste na época do frio. Caro que não é para sentir o frio da cidade que estou recomendando a visita, mas para conhecer a Gruta que a cidade abriga. Magnifica obra da natureza que entalhou as cavernas que são acessadas por meio de trilhas (cerca de 1 hora de caminhada até a entrada da gruta) ou de forma mais rápida e acomodados no teleférico, equipamentos (são dois) modernos e seguros que nos deixa na plataforma montada bem próxima da entrada principal da caverna. Um espetáculo da natureza aos cuidados do homem. Veja a foto acima do vai e vem dos equipamentos.

No mesmo roteiro de Ubajara você incluir a cidade de Viçosa do Ceará, você vai se impressionar com as paisagens totalmente destoando com o resto do estado. Não posso deixar de dizer que essas duas cidades ficam relativamente próximas do Parque Nacional das Sete Cidades, no vizinho estado do Piauí. Portanto, seja de onde você tenha saído, aproveite a oportunidade para dar um pulo mais longo para incluir o parque na sua programação de férias.

NATAL - RN

Chegando em Natal você tem várias opções para hospedagem, os melhores hotéis estão situados na Via Costeira e todos estão à beira-mar. Mesmo na orla é possível encontrar a preços mais reduzidos, entretanto, se o luxo não é o item mais atraente na sua viagem você pode optar por uma das inúmeras pousadas localizadas na Praia de Ponta Negra, de onde se ver parte da Via Costeira e vice-versa. Tão próximas elas são. Por algumas vezes fiquei mesmo nas pousadas e duas vezes, na condição de convidado desfrutei, do luxo aparente de um desses hotéis. Confesso que na condição de turista com o intuito de conhecer a região é preferível mesmo ficar em uma das pousadas da região. Em qualquer uma delas você também tem garantido o café da manhã e como você não tirou férias pra ficar dentro de um quarto de hotel... terá mais dias ao seu dispor pelo preço de um! Pesquise na Internet e faça os contatos combinando o período, é sempre bom para evitar zebras de última hora. Em Natal você tem o Morro do Careca para visitar, sendo visto somente de fora, o acesso estar proibido para evitar estragos na natureza. A Barreira do Inferno, Forte dos Reis Magos, Praia de Redinha, dunas de Genipabu e vários outros pontos turísticos. Já ouviu falar do maior cajueiro do mundo? Não é enganação nenhuma, realmente é o maior que você verá em toda a sua vida. Ocupa uma quadra inteira na cidade de Pirangi, uma quadra residencial do tamanho normal de qualquer quadra da sua cidade. Distante de Natal cerca de meia hora de carro. Até lá vai curtindo várias outras praias do litoral sul.

Tem tempo? Quer esticar mais ainda o passeio? Então, nada melhor que chegar até Tibau do Sul para freqüentar a mesma praia de várias celebridades, Praia de Pipa. Se for de carro com tração nas quatro rodas o percurso é bem menor, além de fazer a travessia numa balsa. Pode acreditar fiz esse percurso no meu saudoso Fiat Uno, na época era zero bala! Usei por mais um depois disso. Quer saber como? Sendo dirigido por mãos habilidosas de um guia da região. Valeu pela emoção sentida no momento. Não aconselho, se for o caso, prefira ir pela rodovia mesmo. Por falar em ir pela rodovia, ela estar em processo de duplicação de faixas. O trecho na Paraíba estar concluído. Boa viagem.

RECIFE - PE

Dada a proximidade da cidade de Recife, cerca de uma hora e meia de viagem partindo de João Pessoa, esqueci o número de vezes que ali estive. É como uma extensão da nossa cidade. Como todas as capitais nordestinas, Recife também tem vários atrativos naturais. Em geral, nos valemos do nosso litoral e lá não é diferente. Com destaque para a Praia de Boa Viagem, que dar nome a um dos melhores bairros da cidade. Considerando as praias do estado, localizadas nas proximidades de Recife, encontramos Itamaracá e outras que eu não visitei por isso não citarei nomes. Conheci também as praias de Gaibu e Calhetas (foto), no litoral sul, não muito distantes da cidade. De volta de Calhetas aproveite para tomar um banho de lama medicinal numa lagoa bem próxima, é só perguntar na região que as pessoas informarão como chegar lá.

A cidade de Olinda é outra referência do estado pernambucano merecedora de ser visitada, assim como banhar-se nas águas calmas e mornas de Maria Farinha.

Se vier por estas bandas no período da Semana Santa, aproveite para conhecer a região no entorno de Caruaru e prestigiar a Paixão de Cristo a Fazenda Nova Jerusalém, localizada no município de Fazenda Nova-PE. Vale a pena conferir.

MACEIÓ - AL

Fui diversas vezes à capital alagoana. Creio que seis vezes no total, a metade das vezes a passeio e outras vezes a serviço. Por vezes fiquei em acomodações da família, outras vezes em hotel, pousadas e por duas vezes retornei no mesmo dia, sem nem mesmo pernoitar. Nota-se então que não é distante de João Pessoa, como também não são distantes as suas características, assim como muitas cidades do mesmo porte. Penso assim, mas não é o que pensa a maioria dos turistas que manifestam predileção pelo local.

É bom ressaltar que partindo de Recife, de carro, temos duas rodovias como opções a BR 101 (conhecida pela grande maioria dos motoristas brasileiros) por fora ou pelo litoral. Prefira ir pelo litoral, além das paisagens das praias, tem menor tráfego de caminhões que utilizam o outro trecho da rodovia. Por este trajeto é possível dar uma paradinha para conhecer Maragogi, com as suas piscinas naturais quando a maré estar baixa. E prove dos biscoitos da região, são de dar água na boca. Chegando em Maceió, programe-se para sair em direção sul (se tiver partido de Recife, João Pessoa ou de outras localidade por aqui) para conhecer a Praia do Francês e a Barra de São Miguel (esta já no extremo do estado). Muitos relacionam a Praia do Francês a Maceió, na verdade a Praia do Francês pertence ao município de Marechal Deodoro-AL, distante da capital cerca de 18 km. Ali nasceram dois grandes vultos da nossa história: o Proclamador da República (que deu o nome à cidade) e Marechal Floriano Peixoto, ex-presidente do Brasil e famoso por suas conquistas bélicas. A césar o que é de césar, não é mesmo? De todo e qualquer modo, um belo e inesquecível passeio por aquelas bandas.

A cidade tem nas praias a maior concentração urbana, tendo em vista o seu crescimento e ocupação imobiliária voltada para a exploração das suas belezas naturais. Muitos bairros confundem-se com as próprias praias, dando vida à cidade e atração aos seus visitantes. A exemplo da Pajuçara, Ponta Verde e Jatiúca, uma começa onde a outra acaba. Não sei se nessa ordem aí, mas é assim! Uma coisa eu sei e aproveito este espaço para dar o alerta. Apesar de sabermos que tem gente esperta (para não dizer desonesta) em todos os lugares e ramos, abra os olhos na hora que estiver fazendo o passeio de jangada para banhar-se nas piscinas a dois km da beira-mar... lá possível tomar aquela cervejinha gelada, comer um peixinho e tal. Muito bem,só que na hora de pagar apresentar uma conta que você não consumiu e não tem como provar que não bebeu ou que não comeu. É a sua palavra contra a do comerciante desonesto, fui pego duas vezes na mesma jogada! O importante é não vacilar... consumir o mínimo e o que beber, guarda a latinha para acerto final. O resto é aproveitar as oportunidades de lazer que a cidade oferece – e são muitas!

Para finalizar, uma dica para quem gosta de banho em água doce: procure pelo Balneário do Broma, um complexo de lazer - acesso a visitantes mediante pagamento de ingressos – com piscinas e duchas de água mineral, restaurante e toda infraestrutura necessária para o nosso deleite. Fica no mesmo município da Praia do Francês, ou seja Marechal Deodoro –creio que na metade do caminho. Vale a pena passar uma manhã de sol por lá. Antes de voltar para casa, programe uma tarde inteira para ver (e comprar) as mulheres fazendo filé ao redor da Lagoa de Mundaú. É possível comprar redes, mantas e outras peças de algodão que são comercializadas na região. O resto é curtir Maceió.

ARACAJU - SE

Na primeira vez que estive em Aracaju foi a serviço, para participar de um treinamento. Apesar de estar com tempo bastante corrido, arranjamos um jeito de conhecer a vizinha cidade de Itabaiana e alguns locais históricos, uns até guardando histórias lendárias envolvendo o famoso Lampião. Na despedida da cidade prometi a mim mesmo que um dia voltaria com mais tempo e mais condições técnicas. Foi assim que anos mais tarde percorri algumas centenas de quilômetros para retornar a Aracaju, e foi dessa vez que constatei a grande semelhança que ela guarda com a nossa pacata João Pessoa. Foi assim também na terceira visita que fiz à cidade, mais recentemente. Acho que o período chuvoso, marcando aquela estada, fez aumentar a minha impressão de estar em casa.

É natural que nesse ínterim tenham ocorrido algumas diferenças arquitetônicas e estruturais como, por exemplo, um centro recreativo para a meninada construido na área de praia, uma bela ponte (que ainda estava sendo construída e que soube ter sido inuagurada) estendendo a cidade para o outro lado do Rio Sergipe (dar nome ao estado) onde se tem belas praias. Fiz essa travessia numa balsa, sem dúvida um belo passeio. É possível fazer belos passeios naúticos a bordo de catamarãs, facilmente localizadas na orla da cidade.

Quem chega a Aracaju tem a obrigação de visitar o Museu do Homem Sergipano para conhecer a bravura desse povo destemido contada e preservada pelo rico acervo. É um projeto mantido pela Universidade Federal de Sergipe e é aberto à visitação pública.

SALVADOR - BA

Duas, três vezes em conexões ou simples escala de voo, sem sair do aeroporto enquanto no meu imaginário vinham as cenas vistas em filmes ou em programas de televisão mostrando a cidade e o seu povo. Um dia eu ainda venho aqui, pensava eu! Já tinha ido a Barreiras, lá nos confins do estado e faltava ir à capital bainana. E fui, disposto a conhecer a cidade. Não estava muito interessado em saber o que a baiana tem... muito menos o baiano!

Peguei o carro e parti pela BR 101, depois enveredei pela Rodovia do Côco e sai estrada abaixo, transitando por trechos que mais pareciam com rodovias do sul, com obrigação de pagamento de pedágio e tudo. Até chegar na Av. Paralela, onde descarreguei a bagagem para acomodar o corpo, livrando-o do cansaço de direção. Antes, e já na grande avenida, percebi que o seu nome faz jus ao dito matemática de que duas paralelas nunca se cruzam - errei a saída da faixa e cadê conseguir retornar?! Três faixas em cada uma das vias... quando estava na faixa de fora esperando encontrar uma saída para retorno ela surgia por dentro, na faixa interna e não dava pra pegá-la, a muito custo passava para a faixa interna e eis que bicha doida da saída aparecia (sabe aonde?) na faixa de fora... parecia brincadeira de gato e rato! Dirigir sem conhecer a cidade é uma aventura em tanto, principalmente em cidades daquele porte! Mais adiante percebi que estava entrando cidade adentro, estava escurecendo, ficaria mais dificil localizar o destino. Foi então que parei num posto de gasolina e contratei um motoboy para me guiar de volta. Foi assim que gastei os primeiros trinta reais naquela cidade. Mas valeu a pena, por tudo que foi visto e apreciado.

O Mercado Modelo no pé do Elevador Lacerda (cinco centavos pra descer ou subir) que mais parecia com a lotação de um microônibus, a longíqua e bela Igreja do Senhor do Bonfim (cerca de 55 km) até o final da Paralela. Percorrer essa distância aqui corresponde dar uma volta na cidade, percursos maiores aqui não chegam a 20 km! Realmente uma metróple digna de visitações.

No final da tarde é possível saborear uma lambretinha, veja foto ao lado, sentindo a brisa do mar esperando acender a lâmpada do Farol de Itapuã, na praia de mesmo nome. Magnífica. Não pelo sabor do prato, que dizem ser afrodisíaco, mas pela sensação de abandono da vida mundana que lava o pensamento naquela hora de encontro com aquele mar de meu Deus.

Salvador não é só carnaval como querem parecer que seja, tem muito mais que essa folia desenfreada, tem encantos e magias para serem descobertos ao longo de toda a temporada e quanto mais tempo, melhor. Vá conhecer o Pelourinho, com as suas ladeiras e casarões do Brasil colônia. Conheça o Forte que foi erguida para defender a cidade contra os seus invasores. Vale, vale mesmo a pena.

Barreiras - localizada na região central do estado abriga hoje grandes propriedades produtoras de grãos de ouro como, principalmente a soja. Mas nem sempre foi assim. Quando estive lá para passar duas semanas com o meu irmão, a cidade estava sendo descobertas pelos sulistas que procuravam boas terras para cultivo. Naquela época sabia-se que a cidade estava traçando um novo perfil, que aos poucos foi se consolidando até os dias de hoje. Foram dias muito tranquilos aqueles que desfrutei na cidade, quando chegava a tarde eu aproveitava o tempo para desmanchar o nada que tinha feito no período da manhã. Anadar pela cidade, era a minha distração.

REGIÃO SUDESTE

VITÓRIA - ES

Inclui a cidade de Vitória - ES no rol das capitais visitadas, mas na verdade apenas circulei pelas ruas da cidade depois de ter desembarcado no aeroporto, juntamente com mais 40 colegas sindicalistas, para seguirmos para a cidade litorânea de Guarapari, a fim de participar de um congresso da nossa categoria.

Uma viagem sem dúvidas bem diferente das demais até então realizada. Quase em voo fretado, não foi possível tal condição por falta de condições das empresas consultadas, a delegação da Paraíba foi dividida em dois grupos, cada um seguiu num dia.

No aeroporto de Vitória, já estava um ônibus que nos levou ao litoral. Claro que ao embarcar no ônibus procurei uma poltrona junto à janela para melhor apreciar o percurso.

A cidade localizada numa ilha, estar ligada ao continente por pontes, sendo a terceira delas, para Vila Velha, uma das mais bonitas. Com certeza uma grande obra de engenharia que enche os olhos de quem por ela passa. Um vão com mais de 70 metros de altura sobre o mar.

Vila Velha - Participar de congressos e outras reuniões muitas vezes obriga as pessoas a fazer "turismo", fazendo valer o dito popular "unir o útil ao agradável", ou então "ninguém é de ferro". E foi num desses momentos de descontração que fomos conhecer a vizinha cidade de Velha Velha, com destaque para o Santuário de Nossa Senhora da Penha - um dos mais antigos do Brasil - localizado no alto de uma montanha, com vista privilegiada da região. O ambiente tem muita história e magia, teve origem numa grupa ao pé do morro, onde morou por muitos anos um frei franciscano que levou a imagem da Santa ao topo da montanha - local onde foi erguida a Igreja.

Outro ponto visitado foi a fábrica de chocolate, na verdade pensei que veria uma coisa e foi outra. Nada de processo fabril, só tivemos acesso ao interior da loja, cujos preços empatavam com os praticados no mercado local. Esperava ver o funcioanamento das máquinas, mesmo que fosse através de paredes de vidro para evitar contaminação. Tudo bem, quando eu montar uma fábrica de chocolate garantirei o aquário. Em todo caso, religioso ou não, vá conhecer o Santuário de Nossa da Penha localizado no Espírito Santo.

Guarapari - Uma cidade típica de litoral, exceto pelas exuberância das suas contruções verticais que permanecem a maior parte do tempo fechadas. Sendo ocupadas pelos seus proprietários para passar temporada de verão. Segundo apurei, a cidade recebe uma quantidade equivalente a quatro vezes a sua população nativa nas festas ou período de férias escolares. Imagine só, de uma hora para outra ver a cidade parecer um formigueiro. Deve ser uma loucura.

Anchieta - Pequena cidade localizada litoral capixaba, fundada pelo Padre Achieta. É possível visitar as instalações onde aquele religioso passou parte da sua vida. Tem grande valor histórico todo o acervo disponível para visitação pública.

REGIÃO CENTRO-OESTE

GOIÂNIA - GO

Quando pisei, pela primeira vez, no solo da capital goiana eu era ainda um adolescente ou estava saindo dessa condição. Foram mais de quinze dias passando férias na casa de parentes. Lembro de ter visitado parques e o centro da cidade em passeios que ficaram marcados durante muito tempo. Muitas fotografias, infelizmente não tenho mais nenhuma delas comigo. Como não é minha a maioria das fotografias postadas nessa página.

Bom, anos depois retornei à cidade. Todos crescidos, os parentes, a cidade. Nada mais era igual. Nem o motivo do retorno, participar de congresso trabalhista. E aquela semana foi deveras diferente da primeira vez. Não só pelas acomodações, dessa feita foram as salas de um ginásio de esportes a nossa hospedaria. Em cada sala, dezena de pessoas espalhadas sobre os colchonetes. Lembro que a cidade estava em período de estiada, fazia muito calor e para fugir desse sufuco, três, quatro e até mais vezes embaixo do chuveiro, ao dia. No auditório os ânimos muitas vezes iam de um extremo ao outro, ali o astro rei não era exaltado. E só encerravam os trabalhos quando a irmã lua estava no alto das nossas cabeças.

Tive a terceira vez naquela cidade, dessa vez para rever o meu saudoso irmão - já referido aqui, falecido na cidade do Rio de Janeiro. Na época aproveitei uma ida à região para fazer esta visita fraternal.

BRASÍLIA - DF

Fechando este relato, a cidade que por mais vezes visitei. Perdi a conta das idas à capital brasileira, em nenhuma delas fui a passeio. Em uma dessas idas, sai daqui ao amanhecer do dia e à noite, desse mesmo dia, estava de regresso para dormir em casa. Isso porque eu não "gostava" daquela cidade. A repetição dessas viagens me fez ver a cidade com outros olhos, passando a ver motivos para admiração e respeito à cidade. Nas últimas vezes, gostaria de ficar mais tempo.

A cidade é realmente diferente das demais capitais brasileiras. Arquitetura própria, códigos diferentes, como verdadeira identidade pessoal. Muita inspiração para criar aquilo tudo, os detalhes fazem a diferença. Em determinadas avenidas as passarelas são substituídas por túneis. Assim como os retornos, que ganham a forma e o apelido de "tesourinhas". Tem um velho slogan que dizia que em Brasília as pessoas precisam ter "cabeça, tronco e rodas..." As rodas são necessárias para vencer as grandes distâncias. Hoje, o brasileiro dispõe de excelente frota de transporte coletivo que ganhou reforço com a implantação do metrô, além de contar com transporte alternativo.

No ano que iniciava a construção do metrô, foi o que mais vezes me desloquei para lá. Nada com a construção, não é a minha área. Chamou a minha atenção o fato de saber que por onde eu andava, ou seja no centro da cidade - chamado de Plano Piloto, estava acontecendo escavações subterrâneas e não se via nenhum caminhão transportando o barro que era retirado. O metrô passa ali, embaixo de muitos prédios e ao largo do Eixão, dificil imaginar. Realmente uma grande obra, digna de uma grande cidade.

Brasília, cidade dos parques e do Parque da Cidade - uma grande área, que além de garantir a preservação de grande área verde, garante a diversão de adultos e crianças e homenageia Sarah Kubitschek, a esposa do ex-presidente do Brasil e fundador da cidade.

É um grande centro urbano com costumes diversificados, herdou características de todas as regiões do Brasil, apesar de maior concentração de nordestinos. Os candangos, como eram conhecidos os seus primeiros moradores (e construtores) deram vez ao brasiliense de hoje, que aos poucos vai amadurecendo para tornarem-se pessoas adultas. É bom lembrar que o primeiro filho da cidade acabou de completar 50 anos! E a cidade ganha a cada dia com a experiência desses filhos que começam a pintar os cabelos. Parabéns ao brasiliense, sem esquecer de agradecer aos pernambucanos, cearenses, piauienses e paraibanos (para citar algumas origens) que continuam labutando nas portarias de muitas Quadras (condomínios).

DE VOLTA AO NORDESTE:

Viagem realizada em julho de 2010!
Circuito Gravatá - Caruaru -PE

De volta às estradas, resolvemos curtir um final de semana prolongado visitando o interior de Pernambuco, dai decidimos conhecer a cidade de Gravatá. Sempre ouvi falar do clima agradável da cidade. Tivemos a oportunidade de contatar que realmente a cidade goza de clima frio, muito frio mesmo se considerarmos o calor predominante na nossa região. A cidade tem estrutura para receber turistas com os mais variados gostos, dotada de bons hotéis e uma vasta rede de pousadas, o que torna o passeio bem atraente.

Para chegar a Gravatá, partindo de Recife, segue-se com destino a Caruaru, rodovia em ótimo estado, todo o trecho duplicado, o que torna a viagem mais segura. Gravatá fica bem próximo a Caruaru, cerca de 30 km. 

CARUARU - Visitamos diversos pontos turísticos. Recomendo utilizar o serviço de um guia turístico facilmente encontrado no pátio da Feira da Sulanca ou Feira de Caruaru. Para hospedagem são várias as opções, dependendo de quanto se quer gastar. Optamos por um hotel simples situado no centro da cidade, de onde partimos facilmente para os passeios pela cidade e não são poucas as opções.

Visitamos o Museu do Barro (homenagem a Luiz Gonzaga), a Feira de Caruaru (diversas opções de gêneros), o Morro do Bom Jesus (de onde podemos ver toda cidade) e o Alto do Moura (berço dos bonecos de barro criados pelo Mestre Vitalino). Postei alguns vídeos que podem ser vistos aqui no blog, página Vídeos.

A cidade vive em função do comércio fomentado pela indústria da confecção, além de explorar o regionalismo típico do nordeste. O Polo Comercial de Caruaru concentra um grande número de logistas com preços atrativos para grosso e a varejo.

SANTA CRUZ DE CAPIBARIBE - Retornando para casa, resolvi voltar por Campina Grande, passando pela cidade de Santa Cruz de Capibaribe, famosa em toda a região pelas inúmeras fábricas de confecções femininas e masculinas. Predominam roupas de malhas a um preço de impressionar e atrair os que gostam de consumir. Vestidos a preços de entrada de cinema, blusas a preço de um sorvete com duas bolas, calcinhas e cuecas a preço de um picolé! São mais de cinco mil boxes instalados numa área de 200 hectares, ali encontramos restaurantes e até dormitórios. Se quer saber mais, pesquise no google e verá a grandeza do empreendimento.