sábado, 27 de junho de 2009

Notícias

Parece que estou afastado... sem atualizar as notícias pessoais. É que de fato não tinha nenhuma notícia a ser dada, agora tem. Desde que fiz o último PET, motivo de um post neste blog, tenho procurado tratar da tiróide. Nesse ínterim foi realizada uma punção para pesquisa através de biópsia, fiz ultrassonografia do pescoço.
O resultado da biópsia saiu ontem e já mostrei ao médico cirurgião que passou a acompanhar-me neste quesito (não gosto de citar o nome dos profissionais, por não ter sido autorizado por eles). Nenhuma novidade, o resultado aponta para procedimento cirúrgico. Sai do consultório com as requisições para o pré-operatório, como Raio X do Tórax, exames de sangue e avaliação cardiológica para anestesia geral.
Como estou diante dessa "novidade"?! Estou bem, sim! Continuo confiante na cura total, sei que tem sido por partes. Tudo no seu devido tempo, como sempre costumo dizer: as coisas acontecem no tempo certo. Um leão por dia, é verdade. Mas, estamos vencendo um por um, ao final teremos o júbilo dando agradecimento ao Todo Poderoso.
Faço questão de registrar que em nenhum momento tenho fraquejado ou demonstrado sentimento diferente da esperança e da Fé, não esquecendo de sempre estar agradecendo por mais um dia, por mais uma noite...
Ainda não sei quando será realizada a cirurgia, sei apenas que não será na semana que vem, acredito que na outra semana será possível. Darei notícias, se Deus permitir!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Comunidade no Orkut


Venho participando de algumas comunidades virtuais hospedadas no Orkut desde o início do meu tratamento, ali compartilhamos de algo mais - descobrimos que inúmeras outras pessoas estão no mesmo barco e podem ajudar-se mutuamente. Entretanto, de repente descubro, numa dessas comunidades a existência de uma série de regras que inibem as pessoas de expressarem os seus sentimentos. Comprei a briga, deixei meus comentários de indignação defendendo o direito que temos da livre expressão e para acabar com a celeuma - evitando stress, resolvi criar uma comunidade com o mesmo tema, porém, mais livre e democrática.

Trata-se da comunidade FIZ/AINDA FAÇO QUIMIOTERAPIA, que pode ser acessada pelo link a seguir http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?rl=cpp&cmm=90970574

É uma comunidade aberta a todos que queiram dela participar, independentemente da sua situação. O importante é respeitar e amar o próximo, observando estes princípios você escrever o que quiser a respeito de todo e qualquer assunto. Aceite o meu convite e requeira a sua adesão, será um prazer poder contar com a sua presença nos fóruns.

Discuta os tópicos abertos ou crie outros tópicos para serem discutidos na comunidade. Tá feito o convite!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Mais ciclos

Hoje fui consultar o meu médico oncologista, o mesmo estava em viagem participando de um congresso médico nos Estados Unidos. Depois que recebi o resultado do PET ainda não havia sido possível mostrar-lhe para ouvir a sua opinião e encaminhamentos.
Ao ver as imagens do exame, ficou satisfeito com a redução da área afetada no fígado. Deu-me parabéns pelo que estava ocorrendo - afirmando que a minha "vontade de superar" tinha contribuído muito para chegar a este resultado de evolução positiva, fazendo com que o tratamento venha dando certo.
Agradeci e disse que tratava-se da benção de Deus que está guiando as suas mãos e a sua inteligência para aplicar a dose certa do medicamento.
No fundo sei que ambos estamos corretos, tem que existir uma parceria médico/paciente, este último movido pela força da Fé - acreditando na cura, acreditando na misericordia divina. E assim tem sido. Tenho feito a minha parte no combate a este mal que consome, que destrói... mas, acreditando, como acredito, que nada é impossível para Aquele que nos criou, vamos tendo uma sobrevida prolongada.
Esta sobrevida deve ser entendida como uma nova chance e não devemos desperdiçá-la! Ao contrário, devemos nos agarrar com todas as forças.
Sai do consultório com a certeza de que a luta continua, outro ciclo de três sessões deve ser cumprido o quanto antes, para uma posterior avaliação. Foi-me recomendado buscar orientação de um endocrinologista para fazer biópsia do nódulo encontrado na minha tiróide. Farei isso o mais rápido possível, creio que ainda nesta semana ou início da próxima.
Estamos bem perto de ver o final feliz desse drama real. Perseverar, com esperança tem sido o meu norte nesses últimos meses.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

A UTI por dentro II

Como prometido volto a falar da minha experiência dentro de uma UTI - a segunda vez que fiz uso de uma unidade de tratamento intensivo. Foi pouco antes do carnaval de 2009 e eu estava sob efeito da quimioterapia. Tinha passado pela quarta sessão da quimio, ou seja havia concluído um ciclo. A cada sessão os efeitos colaterais estavam sendo maiores, isso foi observado pelo próprio médico que me acompanha desde o início do tratamento.
Lembro bem daquele dia, era um sábado. A semana estava acabando e marcava o tempo que eu estava em processo de diarréia. Nada de melhorar, ao contrário amanheci bem mal mesmo. Ao levantar senti tontura e a vista escurecer. Logo tive a minha pressão verificada e constatamos que estava abaixo do normal. Tentei chegar ao carro para ir ao hospital, mas não consegui caminhar até a saída do apartamento - morava no térreo. Literalmente cai sobre uma cadeira, desmaiado, fui amparado pelo meu vizinho que me levou até o carro. Saímos em busca de atendimento médico, lembramos de pronto do hospital no qual fui operado. Infelizmente naquela manhã só havia a equipe médica da UTI e eles não poderiam descer para prestar atendimento, o hospital estava desprovido de médico plantonista - e não era do SUS!
Nos dirigimos a um segundo hospital, tendo sido atendido e encaminhado para internação hospitalar já por volta das oito e meia da manhã. Continuava em processo de diarréia e a pressão em decadência. A cada hora vinha alguém da equipe de enfermagem e verificava a minha pressão e temperatura - isso durou o dia inteiro e entrou noite adentro, a pressão oscilando sempre para baixo, parecia que a terra era o limite! Mas, nenhuma providência era tomada. Somente na madrugada seguinte, quando a pressão estava a 5 por 4 - isso mesmo, cinco por quatro, o médico plantonista da noite chegou ao meu leito e disse textualmente: - "O seu caso é grave e vamos transferi-lo para a UTI do Hospital... (um outro hospital, distante pouco mais de duzentos metros), pois estamos sem vaga na nossa UTI." Pode isso?! Esperar quase 24 horas para dar o devido encaminhamento que o caso requeria? Hoje posso dizer que ainda bem que ali não tinha vaga... e para mim aquele hospital foi riscado do mapa. Disse ainda que a UTI móvel já havia sido providenciada, estava só aguardando a sua chegada.
Felizmente o traslado foi efetivado sem nehuma celeuma e, como disse acima, a distância entre os hospitais é pequena. Poderia até ter ido a pé... Imaginem a cena, madrugada, de pijama, tomando soro e com diarréia... sendo seguido por uma comitiva que levava as minhas coisas e um rolo de papel higiênico.
Assim conheci a minha segunda experiência na UTI. Aquela era bem diferente da anterior, não só pelas circunstâncias, mas fisicamente também era diferente, não tinha janelas, pelo menos diante do meu leito. O barulho no seu interior já era familiar, semelhante ao da primeira. O ruim era ter que chamar a todo instante pela auxiliar, solicitando que a mesma trouxesse o aparador... e pedir a Deus que ela fosse rápida o suficiente para evitar o constrangimento de... deixa pra lá, dá para imaginar do que estou falando. Isso não está me cheirando bem!
Vou contar uma passagem hilárica. Sempre que eu chamava, alguém vinha e trazia o aparador que por garantia eu pedia pra deixar ao meu lado sobre a cama. Depois era chamar novamente para o seu devido recolhimento... algumas vezes (sim, foram muitas vezes mesmo!) elas demoravam um pouquinho para recolher... e foi numa dessas demoras que aconteceu o que eu temia... o aparador de inox (cheio) caiu da cama e foi parar (pelos meus cálculos) no meio do corredor da UTI... além do barulho, imaginei que chamaria a atenção por outros méritos também. Felizmente, ficou só no barulho mesmo... é que o aparador caiu de "boca" para cima e nada foi perdido e nem estragado, foi só o susto! E valeu, nunca mais demoraram ao meu chamamento... acho que não queriam correr o risco!!
Na UTI, o tratamento foi logo iniciado para conter o distúrbio intestinal e combater a causa da queda da pressão. Tive que passar por transfusão de sangue e dois dias depois estava sendo encaminhado para um apartamento. Tive princípio de AVC, minha vista ficou escurecida e manchada, não distinguia as imagens da televisão, não conseguia ler revistas ou outros impressos normais. Lia apenas as manchetes dos jornais. Fui visitado por especialistas em neurologia e oftalmologia, tendo cada um solicitado exames específicos. O primeiro solicitou uma ressonância magnética da região cerebral e o segundo uma campimetria.
Os dois exames foram realizados fora do hospital e das duas vezes fui removido em ambulâncias. Qualquer dia relatarei os "passeios" que fiz nesses veículos abençoados.
Graças a Deus os resultados foram negativos, nada estava fora do lugar. O prognóstico médico foi o melhor possível e os sintomas desagradáveis da visão (diminuição dela) sumiram cerca de 10 dias depois, como previsto pelo neurologista. Abençoada previsão! O primeiro texto que consegui ler foi o Salmo 23!
Voltando para as experiências em UTI, quero registrar que o mais emocionante é na hora que recebemos as visitas. Entram em duplas, paramentadas (touca, roupa em TNT, máscara) Não podem ficar muito tempo, mas aqueles poucos minutos fazem muito bem ao paciente. O amor é tudo de bom e é uma ótima forma de terapia.
São estas as minhas lembranças de dentro da UTI, nem todo mundo que ali entra está desenganado da vida. Ao contrário, resta-lhe esperança e com fé renovada a pessoa sai vitoriosa. Foi assim comigo. Amém!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Imagens do PET SCAN

Selecionei algumas imagens do PET SCAN realizado no Real Hospital Português para saciar a curiosidade de algumas pessoas que nem imaginam como é realizado este exame, ressaltando que ele é feito numa máquina muito semelhante a um tomógrafo. Este exame requer providências iniciais que preparam o paciente para ser submetido ao exame em si. Ao chegar ao hospital, ele é recepcionado e levado a uma sala privada aonde aguardará a injeção do contraste na veia, isso ocorrerá cerca de 20 minutos após permancer em descanso total - sem falar e sem efetuar movimento algum. Depois de aplicado o contraste é preciso esperar mais 40 minutos - período no qual devemos beber cerca de 1 litro de água. Obedecido estes procedimentos, o paciente é então levado para a sala aonde o equipamento está instalado, ali ele vai ficar deitado, completamente imóvel, durante toda a realização do exame que dura cerca de 30 minutos.
Vale salientar que é necessário jejum de pelo menos 6 horas e o paciente deverá está vestindo roupas desprovidas de qualquer metal, como ziper e outros. Pode permanecer calçado - melhor para aqueles que não podem tirar o sapato por conta do chulé.
O exame em si é bastante interessante. Como disse, permanecemos deitado, enquanto somos "sugados" para dentro da máquina... parece um forno, não fosse o frio que faz na sala (para conforto do equipamento). Durante todo o tempo estamos sendo "fotografados" de vários ângulos, com visões tridimensionais. Coisa de primeiro mundo mesmo. Um grande avanço da medicina nuclear.

Agora, algumas imagens: