segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Quimioterapia II

Estou de volta para iniciar os relatos sobre as sessões de quimioterapia. Não pretendo falar de sofrimento, apenas com o tom da verdade, para que pessoas que estão para iniciar, ou já iniciaram esse tratamento, poder avaliar, comparar - apesar de que cada caso é um caso, no dito popular. Para as pessoas que irão acompanhar ou estão acompanhando pacientes nas mesmas condições que eu. Não pretendo, em nenhum momento fazer as pessoas temerem, ao contrário, devem encarar de frente, sempre com o pensamento na cura.

Ainda na clínica de oncologia, o médico falou de como seria o tratamento. Ciclos de três sessões diárias durante toda uma semana, porém espaçadas entre si. Todos os ciclos devem iniciar, preferencialmente, numa segunda-feira. No meu caso não foi possível iniciar na segunda-feira, iniciamos numa terça-feira e as doses, então, foram acrescidas, naturalmente, em cada um dos dias da semana. O espaçamento entre cada ciclo é de 28 (vinte e oito) dias, contados sempre do início do ciclo anterior. Iniciei o primeiro ciclo no dia 21 de outubro.

Graças a Deus tenho acesso a plano de saúde que cobre parte do tratamento. Chegamos na clínica por volta das oito horas da manhã, e ficamos esperando a nossa vez, já que o atendimento é por ordem de chegada. Na minha hora, fomos, eu, minha esposa Jack, minha irmã Socorro e a minha filha Priscila, encaminhados para um apartamento.

Bem acomodados, não demorou para a entrada da enfermeira com bolsas plásticas contendo em alguma, soro e em outras a pré-medicação, e em outra a medicação em si. São aplicada na veia nessa ordem. E demorou cerca de três horas para concluir a aplicação no meu organismo.

Pronto, a partir dali conscientizei-me dos efeitos colaterais possíveis: queda de cabelos, enjôos, vômitos, depressão, diarréia, aftas na boca, e tantos outros efeitos desagradáveis - pensando na rotina que até então não contemplava essas possibilidades.

Procurei encher meus pensamentos de coisa boas, muita oração e fé em Deus, ao longo de todos esses dias. Aquela semana foi crucial, perda de apetite, o sabor da comida desapareceu. Não tinha a mínima vontade de ingerir algo sem sabor algum. Ao término da semana, sabia que era o início dos efeitos mais apurados.

Não tive enjôos, nem vômitos, mas a queda de cabelo, e da barba - de mais de 26 anos, foi inevitável. Menos mal, logo mais estarão de volta! Com a perda do apetite, porém, veio a fraqueza física, com queda de pressão, que me levou a um hospital no domingo da segunda semana. Dez dias de efeitos colateriais, com mal estar constante. Irritação descontrolada.

Mas superei. Logo após, voltei a dirigir e passamos a aguardar pelo segundo ciclo, marcado para o período de 17 a 21.11.

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