sábado, 23 de janeiro de 2010

Como os pássaros

Muita gente tem me perguntado como estou me sentindo, preocupadas com o meu estado de saúde, pois estão acompanhando de perto todo o desenrolar do meu tratamento. Muitas vezes desde o começo, repetidas vezes. Como posso estar me sentindo, após a gastrectomia total, nove sessões de quimioterapia, duas internações hospitalares (pelos efeitos da quimio),  hepactomia parcial, retirada da vesícula e os preparativos para retornar à quimioterapia? Muitos poderiam responder como responde a personagem no Zorra Total. Entretanto, a minha resposta resume-se a poucas palavras: Estou bem, graças a Deus! Do contrário nem estaria aqui escrevendo estas linhas, não é verdade?!

Relatando o que tenho passado em pouco mais de um ano parece meio assombroso que tenha esta expressão por resposta a tal pergunta. Mas, é a expressão da verdade, de como estou me sentindo, de como estar o estado do meu espírito.

Hoje recebi uma mensagem, dessas que nos enviam por e-mail, que fala de como os pássaros enfrentam as adversidades da vida: cantando e reconstruindo! Muitas vezes quando estão construindo os seus ninhos, diante de algum imprevisto - seja ele qual for - são obrigados a reconstrui-los, uma, duas, tantas vezes seja necessário, e o fazem sempre cantando! Perseveram a vida inteira, são fortes apesar de parecerem fracos... podem até ser frágeis, delicados, entretanto encontram energia que os tornam verdadeiras fortalezas.
Não sou esta fortaleza toda. Tenho meus momentos de fraqueza. Nessas horas, consigo dar a volta e encontro forças, motivações, para continuar resistindo. É importante termos referenciais que nos motivem a querer continuar nessa jornada e Deus tem me dado isso.

Uma boa maneira para recarregar a energia é ter consciência de que a doença é real, mas ela não precisa nos debilitar (não antes da nossa hora) devemos acreditar nisso, perseverar nessa verdade e deixar saber que cada dia é uma vitória que obtivemos e que nos foi dado por graça e misericórdia de quem tudo pode.

Repetir para si e para os outros: estou bem! Não é conformismo, é fé! É acreditar em si mesmo, no poder da natureza humana de reconstruir nas dificuldades, assim como os pássaros quando reconstróem os seus ninhos quando estes são destruídos ainda na sua construção. É preciso continuar. Faz parte da vida os altos e baixos. Os ventos mudam constantemente de lado, uma hora sopra para o sul, de repente começa a soprar para o norte e assim vai...

Repito, estou bem e digo mais: acho que estou maior que ontem! Fique com Deus!

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