sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Clube da Vida

Ontem conversando com o meu pai, recém operado da vesícula - cirurgia realizada pela forma tradicional, ou seja pelo corte na região da barriga - com corte semelhante ao meu, salvo pequenas diferenças, soltou uma pergunta interessante. Quis ele saber se eu estava com a sensação de ter os músculos repuxados na região da cirurgia? Naquele momento trocamos figurinhas, dividimos nossas experiências e isso parece ter trazido traquilidade a ambos.
Achei interessante a conversa, estávamos ali falando de coisas não corriqueiras na vida das pessoas ao mesmo tempo são situações reais que podem acontecer (e estão acontecendo conosco). Aquela conversa despertou-me para o fato de que as minhas postagens iniciais estavam mais focadas nas coisas que eu estava vivenciando durante o meu tratamento e que os relatos podiam estar ajudando alguém, era preciso, então, retomar o caminho e falar do que estou sentindo hoje, agora, neste momento de recuperação após ter realizado a hepactomia parcial, isto é a retirada de parte do fígado e da totalidade da vesícula. Duas em uma, podemos dizer.

O QUE SINTO ATUALMENTE

Estou próximo dos trinta dias pós-cirurgia, um tempo considerável e que parece ter parado. A ansiedade em recuperar os movimentos, de poder realizar pequenas tarefas como ligar um aparelho a uma tomada, apanhar algo que caiu ao chão, dirigir e tantas outras aumenta esta sensação de que o tempo não anda. Na verdade, a cada dia que amanhece tem sido notária a sensação de melhora no estado quadro geral, pequenos incômodos persistem devido ao processo de cicatrização do grande corte que carrego na região toráxica - vai da extremidade da minha direita (linha do umbigo) até encontrar o alinhamento dos peitos, bem no meio do tórax, um corte realmente considerável pelo seu tamanho.
Para evitar dores, tomei a medicação prescrita pelo médico (lembre-se de que a automedicação não é conveniente, principalmente nos casos hepáticos aonde são processados todo o nosso metabolismo - no caso de dúvidas, procure o seu médico) e agora já não sinto mais dores. Estas dores eram causadas pelo diafragma, segundo explicações médicas.
A recuperação, como disse, está ocorrendo de forma tranquila, dia após dia, sem nenhuma intercorrência. Acredito que os cuidados que tenho tomado, evitando qualquer tipo de esforço físico venha contribuíndo para este resultado positivo. O importante é ocupar a mente com alguma coisa, fazer uma leitura, usar o computador, escrever um blog... enfim, coisas simples que qualquer um pode fazer e sem nenhum esforço! Na cama, cuidado ao mudar de posição, procurando sempre encontrar aquela mais cômoda.
Ao olhar para trás, percebo, novamente, que a "pior fase" já passou... não sei por quantas mais terei que passar, sei apenas que enquanto elas existirem e eu estiver superando-as é sinal de que estou vivendo e vencendo... é a vida! Claro que eu não queria estar passando por tudo isso, quem no seu bom senso pediria situações como esta (e tantas outras por ai)? Não precisamos provar nada a Deus, que tem o controle de todas as coisas e até mesmo das nossas vidas. Mas, se estamos vivenciando estas situações que sejam então encaradas com coragem e perseverança, acreditando na nossa capacidade de superação, de conquistar a vitória nas batalhas da vida.
É isso. Para quem fez ou vai fazer este tipo de cirurgia quero dizer que o enfrentamento é necessário, a coragem e a esperança são as nossas armas e a munição são as orações de agradecimento a Deus. Fé é acreditar naquilo que não estamos vendo com os nossos olhos, mas sentimos com o coração! Feche os olhos e veja com o seu coração! Fique com Deus!

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