quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Internado

Pela primeira vez estou escrevendo diretamente do hospital, mais precisamente deitado sobre uma cama fawler (tipo de cama específica para enfermos), hidráulica, isto é, inclinação dos pés e da cabeça apertando botões, chique de doer. O apartamento é enorme, equipado com televisão de LCD de 32 polegadas, muito confortável. Quisera que todo este conforto fosse extensivo aos demais enfermos que estão internados nos hospitais desse Brasil. Certamente que a doença seria mais fácil de ser encarada se a certeza de um bom atendimento estivesse no juízo das pessoas. Mas nem tudo é um mar de rosas, como possam está imaginando.
Neste momento paira no ar a incerteza da realização do procedimento cirúrgico - razão da minha presença aqui neste momento - a dúvida é devido a falta de autorização, do meu plano de saúde, de parte do material que foi solicitado pelo médico. E esta solicitação foi feita há bastante tempo. Fiquei barrado na recepção à mercê da burocracia, esperando por uma autorização formal. Ao final a culpa parecia ter sido minha, pelo menos foi o que ficou evidenciado na desculpa dada pela recepcionista ao meu médico cirurgião ao afirmar que a minha chegada se deu quando o funcionário do plano já não se encontrava mais na sua repartição. É sempre assim, a corda se quebra do lado mais fraco e nesse jogo da vida, nos quais aparecem os serviços e os usuários estes são sempre os mais fracos.
Diante do episódio que gerou dúvidas para a atendente, ficam perguntas: o que vai acontecer agora? será que é algum sinal para dar meia volta e esperar em casa? e outras mais desse mesmo gênero. Comigo, porém, as coisas não funcionam assim. As dificuldades, quando ocorrem, é para serem superadas e não devem ser desculpas para alimentar o desânimo ou sentimento que o valha. É nessa hora que vêm a mente as pessoas iluminadas e estão para serem solicitadas, para socorrer aqueles que estão precisando - assim como eu nesse momennto. E foi assim que lembrei do amigo Fernando Carneiro e da minha amiga Marília. Eles certamente vão dar uma solução para o meu caso, pensei. Acertei em cheio. E cá estou deitado, internado, a espera do dormir e amanhecer para realizar mais este ato para conter a desobediência orgânica que parece querer reinar dentro de mim. Sei quee este reinado está chegando ao seu final. não aceitarei mais nenhum motim de qualquer que seja o órgão... se estou sobrevivendo sem estômago (literalmente) posso muito bem ficar sem a metade do fígado, só devem ficar comigo somente aqueles que realmente quiserem construir um futuro de promissor e de saúde. Deus está no controle e eu tomando posse. Tenho dito. Fiquem com Deus!

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