sexta-feira, 20 de abril de 2012

Nova cirurgia hepática!

Como dito anteriormente hoje na consulta médica saberíamos se temos ou não chances de fazer outra cirurgia hepática, usando uma técnica ainda muito nova na história da medicina. O meu médico retornou do Congresso em São Paulo, com quem discutiu o meu caso, à luz do meu quadro clínico e do resultado da última TC do abdome. Segundo ele me relatou, de forma bastante descontraída, todos foram de acordo com a realização do procedimento.
Uma pergunta que ele me fez me deixou mais tranquilo ainda: "Vamos retirar esse tumor?" Isso soou como uma luz no fim do túnel, me fez recordar uma frase de outro médico, quando perguntei a ele se eu ainda tinha câncer no meu estômago, tendo ele respondido: "o câncer do estômago foi retirado pela cirurgia... a quimio que você usa é para combater a metástase do fígado." Por analogia, podemos deduzir que o sucesso da cirurgia em vista vai me deixar livre da quimioterapia, sem dúvidas será uma grande bênção.

ENTENDENDO O PROCEDIMENTO

Depois de uma curta conversa deu para captar como será realizada a cirurgia; num primeiro momento ocorrerá a separação do fígado em duas partes, a parte ruim (contendo o tumor) ficará afastada da parte boa, interligada entre si pelas conexões mínimas para evitar que o sistema sinta a sua falta e acione o alarme, que poderia desencadear o caos internamente: cadê o fígado desse cara? não deixem que saia (nem por baixo, nem por cima); precisamos dele agora para despachar a bilis... o intestino está esperando ai gente... Em pouco tempo ninguém iria se entender mais lá por dentro, e aqui fora já poderiam ir contratando as mulhers pra chorar no velório! Pois seria questão de dias, diria que uma semana apenas - ninguém vive sem fígado mais do que esse tempo todo.
Bom, como disse antes, para evitar tudo isso, o cirurgião vai deixar a parte ruim guardadinha, provavelmente, dentro de um saquinho plástico (bem que poderia ser num depósito da tapawere que pode ser levado ao freezer) por até 14 dias... nesse ínterim ficarei hospitalizado, navegando na net para atualizar o blog, fazendo palavras cruzadas, lendo um bom livro, recebendo visitas... dando trabalho aos acompanhantes que certamente farão revezamento de plantões... enfim, ficarei sendo monitorado, aguaando a parte boa do fígado para que ele cresça, ocupando o espaço vazio e possa atuar novamente sozinho, livre do tumor.
Naturalmente que antes de obter a alta, terei que retornar ao bloco cirúrgico para retirar de uma vez a parte ruim, jogando para bem longe de todos - nem me incomodo que vá direto para o barril do lixo hospitalar, que é lá o seu lugar! Bicho nojento, peçonhento! Vaza, o meu fígado não te pertence! 

E aí, entenderam direitinho o que me vem pela frente, literalmente? Será a quarta cirurgia em quatro anos, uma boa média...
Nem quero fazer as contas de quantos dias terei que ficar no hospital... somou? 14 mais 5, dezenove dias, vinte dias, não importa. O importante é poder sair caminhando e agradecendo a Deus por mais uma oportunidade de vida, que venho tentando merecer a cada novo dia. Amém!

4 comentários:

Anônimo disse...

Edson,

Esse procedimento é a trissegmentectomia hepática?
Não entendi por que deverá ser realizado em dois momentos e por quais elos as partes (boa e ruim) ficarão ligadas? Tá meio confuso pra mim.
Mônica

Igorwm disse...

Ola Edson, fico muito feliz que vai mandar esses tumor para longe...
Venho nesse momento pedir um grande favor, meu pai tb tem cancer no figado. Moramos em Curitiba-Pr, o favor seria de perguntar para seu medico se ele conhece algum daqui( Curitiba) que conheca essa cirurgia.
Um abraço
att;Igor

Edson Leite disse...

Mônica,
O que sei dessa nova técnica é ó fato dela ser realmente ainda muito recente, nem existem registros em português nos sites que pesquisei nesse final de semana...
O que pude captar fazendo traduções em único site que aparece como manchete de jornal, é que a mesma tem sido experimentada em determinados pacientes (poucos ainda), e a origem dessas experiências está na Alemanha... Dr. Scnitzbauer!
Na verdade eles estão chamando o procedimento de ato cirurgico em dois momentos... e pelo entendi já vinha sendo realizado, porém com intervalo bem maior entre estes momentos... hoje, segundo o meu médico falou, o intervalo entre uma e outra é de 9 a 14 dias apenas.
É preciso que os tumores estejam agrupados num mesmo segmento; o tamanho da parte boa seja de no mínimo 25% do seu tamanho original, peso do paciente, etc... como sabemos, cada caso é um caso!
Mônica, caso a parte ruim seja demasiadamente grande, o organismo sofrerá a sua falta,no caso dela ser retirada de uma vez... e pode entrar em sinal de alerta, complicando tudo. Daí ser necessário manter o tumor isolado, dentro de uma película plástica, no meu caso pode até ser um saco de pão ou sacola de supermercado...hehehehehe até que a parte boa vá se expandindo e preenchendo o "vazio" deixado pelo tumor que está dentro do saquinho... morrendo por inanição.
Não sou médico, nem especialista, apenas um paciente curioso que pode estar completament equivocado nas minhas colocações... o melhor mesmo, nessa hora é procurar o especialista em cirurgia do fígado e tentar obter maiores detalhes, ou melhor, todos os detalhes que ainda estejam sombrios para o seu entendimento.
Bjs,

Igor,
Estou de viagem marcada para Brasília para amanhã e só retornarei na sexta-feira para fazer a TC com medição tumoral, acredito que na terça-feira da outra semana eu esteja conversando com o meu médico e farei essa sua pergunta a ele. De mais, obrigado pela ocnfiança.
Abraços,

Anônimo disse...

Igor,

Acredito que em Curitiba não realizem esse procedimento. Moramos no Paraná e estamos em Salvador, devido a um tumor com invasão na veia porta e só aqui os médicos operaram meu marido. Se você quiser maiores esclarecimentos me manda um e-mail mssalu@hotmail.com
Mônica