quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Força, palavra de ordem!

A última postagem gerou comentários cuja palavra de ordem é FORÇA! Tal palavra ajuda sobremaneira a continuarmos lutando, enfrentando o que podemos chamar de adversidades da vida. Agradeço a todos pela demonstração de carinho, de solidariedade e sobretudo de apoio inconteste a nossa pessoa, sinto-me, sem dúvida alguma, renovado e reforçado em todos os flancos e, principalmente, na vanguarda. Muitos sabem muito bem o que é viver "diagnosticado" e outros, talvez, convivam diretamente com pessoas nessa mesma condição na qual nos encontramos. Se vamos sair dessa, só Deus sabe!

Atualizando as notícias, informo que estive no consultório do médico cirurgião na esperança de ter marcada a ressonância magnética, conforme tínhamos combinado, para avaliar a evolução do tumor depois dessas duas sessões de quimio. Mas, infelizmente, não foi bem isso que ocorreu. Recomendou mais uma sessão, fechando o primeiro ciclo e no final do mês de dezembro, quando teremos encerrado a terceira sessão, faremos a bendita ressonância. Tudo bem, uma a mais, uma a menos, não me abalou muito. O que devo fazer agora é aproveitar esta semana de lucidez, para por em dia alguns compromissos pessoais que vinham sendo adiados nas últimas semanas.

Graças a Deus, as reações estão minimizando e passo o dia mais tranquilo. O trabalho tem me ajudado a superar esses momentos. Os meus auxiliares estão sempre cuidando de mim, tem uma delas que estar sempre a perguntar: quer água? e lá vem ela com um copo de água natural (sabe que fico sensível ao gelo)! Fico por demais agradecido a todos.

Bom, por enquanto é isso. Fico por aqui, desejando que tenham um bom inicio de final de semana. Lembrando aos que gostam de beber, direção não combina com álcool. Fique com Deus.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Final de mês

Com o final do mês de novembro estou chegando ao término da última cartela do Xeloda desta segunda sessão de quimoiterapia. Pense na ânsia que sinto só de olhar para os comprimidos na hora das horas, café da manhã e janta. São três por vez. Sem tocar neles despejo da cartela diretamente num copinho, seguindo orientações da clínica.

Depois de amanhã tenho consulta marcada com o Dr. Cássio Virgilio, médico que me acompanha na área do fígado, fez a cirurgia e tem me acompanhado desde então. De lá sairei com a requisição para fazer a ressonância magnética. Mais um exame, estou quase perdendo a conta de quantos foram feitos ao longo dos últimos dois anos. Eita, que já se foram mais de dois anos! Terceiro Natal! O primeiro deles foi logo após a primeira cirurgia, a que me levou o estômago fora, nas sequência vieram as primeiras sessões de quimio - isso foi em 2008. Depois veio o Natal de 2009, também logo após uma outra grande cirurgia - me deixou sem a metade do fígado. O que me reserva o Natal de 2010?! Apenas ressaca da terceira sessão de quimio ou terei feito outro procedimento para conter o tumor que reapareceu há dois meses?! Não sei, o futuro a Deus pertence. E Nele eu confio e entrego a minha vida. Amém! 

domingo, 28 de novembro de 2010

Ablação

Atendendo a vários pedidos (sic) retorno ao teclado para atualizar o nosso diário (que estar sendo quase um semanário). Primeiro, quero dizer que o silêncio tem sido também em casa. Estou realmente com pouca paciência e com poucas palavras. Acho que para preservar o meu lado positivista, evitando chegar ao desânimo ou coisa parecida. Como tenho dito nas últimas atualizações ainda ando pela metade, esperando não passar desse ponto e certo de que em breve estarei com a situação definida. Bom, vamos ao nosso relato de hoje.

Na primeira semana de dezembro farei uma ressonância magnética para avaliar o comportamento do tumor ante as duas últimas sessões de quimioterapia. Ressalto que faltam dois dias para concluir a injestão dos comprimidos (seis por dia) de Xeloda. Com o término dos comprimidos, num total de 84, entro na fase de respouso composto de sete dias, para, na sequência, iniciar a terceira sessão da quimio. É nesse período que farei a ressonância, cujo resultado dará o rumo ao tratamento. A depender do resultado, posso interromper a quimio e partir para a ablação por radiofrequência para eliminar o tumor ou continuar na quimio até que o tumor regrida para um tamanho que possa ser combatido com poucos tiros.  

Já postei sobre o que é a ablação! Não é um abração! Mas, espero que seja a brastemp do tratamento...

Bom, meus amados irmãos, amigos, leitores, fãs, seguidores, admiradores no momento é isso que tinha para dizer e atualizar este diário. Faço uma pausa, desejando a todos uma ótima semana e que todos tenham um domingo muito feliz! Fiquem com Deus!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Conquistas

Neste final de semana refleti um pouco e percebi que continuo sendo abençoado por Deus, por tudo que vivenciei nesta vida. As diversas situações que passei e continuo passando ao longo da minha vida comprovam que não tenho o direito de reclamar de nada. Na verdade, posso dizer que muitas vezes tenho sido até mesmo um privilegiado. Essas situações, algumas vezes, perpassam o material como o fato de ter o meu emprego que me dar estabilidade, ter conseguido educar duas belas filhas, ter acesso à maiorira dos procedimentos médico hospitalar exigidos para o tratamento do câncer, através do plano de saúde privado. 

Passa pelo respeito que consegui acumular ao longo da minha trajetória profissional, seja do meus colegas de trabalho ou daqueles que lidam diretamente comigo. Isso é de fato muito importante, saber que estamos desempenhando o nosso papel nesse mundo de meu Deus. 

Quando do inicio na carreira no serviço público tivemos a oportunidade de participar efetivamente de lutas sindicais em defesa de melhores salários, de melhores condições de trabalho. Era um período de transição política no país, diversos sindicatos estavam sendo organizados sob a liderança de algumas pessoas que acreditavam que estávamos no caminho de construir algo novo. Foi uma época muito dificil mesmo, enfrentar a repressão policial, que empunhavam metralhadoras, cavalaria da polícia militar, enfim, uma luta que parecia desigual, mas acabamos sendo vitoriosos nesse processo político. Talvez, tenha sido por acreditar na força do coletivo, do velho ditado: a união faz a força!

Neste final de semana, coroando tudo isso, tive uma oportunidade ímpar na minha vida, partilhada por poucas pessoas, da qual sinto um certo orgulho. Num evento de confraternização estive ao lado do Prefeito da capital e do Governador do Estado, eleito nas últimas eleições e da Secretária de Saúde, com quem trabalho há seis anos. As pessoas, antigamente, dariam tudo para ter acesso a essas autoridades para poder colocar nos seus bolsos bilhetes contendo pedidos de ordem pessoal. Hoje é diferente. Podemos trocar idéias ou dar sugestões visando o bem da coletividade. Isso é evolução, por isso disse o quanto me considero um privilegiado, por poder estar junto a essas pessoas sem ter que falar-lhes da "minha" necessidade pessoal. Não tenho nada a reclamar, nada a pedir. As minhas reivindicações estão na melhoria e na amplitude dos procedimentos médicos cobertos pelo maior plano de saúde do mundo: o SUS! Aos poucos e com muito esforço ele vai se ampliando, seja por força de liminares, seja pela iniciativa de alguns dirigentes. O importante é acreditar, continuar lutando e defendendo os ideais nos quais acreditamos e esperamos.  

Uma das prospostas do governador eleito, feito na campanha eleitoral, é a interiorização do tratamento oncológico e outros prodimentos de alta complexidade. Atualmente, na Paraíba, só é possível fazer quimioterapia, pelo SUS, na capital do Estado. Espero que realmente seja concretizado esse propósito político. Já disse aqui uma vez e repito, o Brasil tem duas autoridades que têm a obrigação moral de garantir o acesso a todos os tipos de tratamento médico hospitalar a todos os brasileiros, não dar para continuar assistindo pela televisão que eles estão tendo as portas abertas de todos os melhores hospitais, enquanto a maioria do povo morre sem sequer poder pisar na calçada do Sírio Libanês, do Hospital do Câncer do Rio de Janeiro, para citar apenas dois grandes centros de referência.

Bom, por enquanto, fico na esperança de um país melhor, com o povo sendo cuidado com o respeito que merece. Fique com Deus. 


domingo, 21 de novembro de 2010

Apagão

Meio que apagado, meio que sufocado, meio que angustiado, meio que tristonho... tudo pela metade para não enjoar nem preocupar, mas é assim estou me sentindo nesses últimos dias. Essa retomada à quimioterapia não tem trazido outras reações senão essas de ordem psicológica. No ínicio do ano passado, quando modificamos o protocolo das sessões, e foram inseridos os comprimidos para serem ingeridos em casa parecia ter sido a melhor solução para evitar as constantes idas aos hospitais em decorrência das fortes reações provocadas pelas dosagens via endovenosa. Hoje, sinto forte repulsa a esses comprimidos! Ao olhar pra eles, ainda embalados, sinto náuseas e preciso de muito controle para conseguir colocar as três unidades no copinho, não podemos tocá-los com as mãos, e fazê-los descer de goela abaixo. Tenho me valido do limão, cheirando uma banda aberta, nessa operação.

Apesar de tudo, não me sinto castigado por Deus. Continuo firme no propósito de prosseguir seguindo todos os procedimentos médicos, considerando todas as possibilidades e consciente do grande inimigo que temos nesta jornada. Como também tenho a consciência de que maior que tudo isso é Deus! Se estou nesse barco não é por acaso, ele certamente me levará ao lugar certo, ao porto seguro, conduzido sob as mãos do nosso Senhor, todo poderoso, mesmo que venham tempestades sucessivas, um dia virá a calmaria! E com ela a paz e tranquilidade, tanto sonhada por todos nós. 

Mais uma vez quero agradecer a cada uma das pessoas que optaram por seguir este blog e ressaltar o quanto tem sido importante para a continuidade dessas escritas. Hoje não foi diferente, ao notar que o número aumentou, chegou mais uma pessoa. Como disse no início, ando meio apático, meio desanimado (não com a vida em si) e ao perceber que a chegada de mais pessoa percebi o quanto estou sendo pequeno ao deixar de atualizar estas páginas. E se as pessoas resolvem me seguir, merecem respeito e atenção. Afinal, não escrevo para mim. Escrevo para aqueles que desejam uma leitura que condiz com o título do blog... que conte uma história de uma pessoa que estar superando as adversidades dessa doença que se chama câncer. Nunca pretendi, com os meus depoimentos, deprimir as pessoas, ao contrário, a minha intenção é demonstrar com clareza que enquanto há vida, há esperança! Momentos pra baixo todos nós temos, não é necessário estarmos doentes. O que não podemos permitir é que esses momentos se apossem da nossa vontade e impeçam os nossos movimentos. Superá-los é preciso, ultrapassar cada obstáculo se faz necessário, de preferência um de cada vez e para isso é melhor que não estejam acumulados.

Quero dizer, nesse momento, que com todas essas metades de sentimentos me empurrando pra baixo, não retrocedo um palmo e tenho encontrado forças para tocar as coisas que me competem fazer, sejam elas em casa ou as atribuições pertinentes ao trabalho. Sem dúvida que é um grande desafio continuar trabalhando, para vencê-lo, conto com a compreensão da gestora, dos meus pares e daqueles que estão sob a nossa coordenação direta. Sem essa compreensão de que somos capazes de continuar na labuta, as coisas seriam mais difíceis e mais complicadas. Em muitos casos, o câncer pode consumir a carne, mas não o raciocínio e a vontade de superar e de vencer. Mais uma vez, o meu muito obrigado, tenham todos uma boa semana com a proteção de Deus. Amém!  

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Passíone, no fundo poço!

Não poderia deixar de comentar a cena final da novela Passíone que foi ao ar na noite de ontem (dia 16). Se fosse cena de filme não me tocaria tanto, o diretor goza do direito de criar o que quiser. No caso das novelass, acredito ser diferente. Sabemos que muitas vezes os atores fazem "laboratório" e procuram reproduzir a realidade das nossas cidades e, atualmente, até de cidades do além-mar. O que me chocou foi ver o que passei a chamar de "trem da agonia"; gravado nos vagões inoperantes de uma estação ferroviária, não sei se em São Paulo ou na cidade do Rio de Janeiro.

Começa pela perseguição a um viciado em crack, que rouba a carteira do (...) - não lembro o nome - e chega a estes vagões repletos de pessoas viciadas, jogadas ao chão, drogando-se, prostituindo-se; verdadeiros mulambos humanos caídos no fundo do poço, deitados no berço da morte. Agonizando no que pode ser os seus últimos momentos de vida. Sem dignidades e sem apoio algum. É naquele cenário dantesco que ele, o (...) encontra o seu sobrinho que estava desaparecido, depois de ter sido expulso de casa pelo seu pai numa cena recheada de realismo cruel e de desafeto paternal. A cena de ontem, que será repetida hoje, mostra a realidade das grandes metrópolis que estão castigadas pelas drogas. Lembrando Sodoma e Gomorra. 

Espero que o choque provocado pela novela possa despertar a maioria das pessoas para esse problema emblemático dos tempos modernos. 

NOTÍCIAS MINHAS

Estou nesse momento na clínica oncológica, aguardando a consulta e o que pode ser mais uma sessão de quimio. Confesso que não vim muito disposto e estou mesmo propenso a sugerir o adiamento dessa sessão até que eu possa conversar com o médico hemato para analisar se vale a pena todo esse sofrimento ou se devemos radicalizar e encarar a possibilidade de um transplante do órgão. Será, no caso, tudo ou nada! Vamos amadurecer essa idéia! Com a graça de Deus teremos um pouco mais de tempo. Amém.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Pelo mundo


Observe no mapa onde estamos chegando!!!
 Quem observar verá que hoje o contador do blog registra o primeiro ano registrando o número de visitantes que por aqui passam. Pois bem,ao término desta noite, estaremos certamente atingindo a marca dos vinte mil visitantes!!! O que representa uma média diária de 55 pessoas por dia! Uma marca que merece agradecimentos a todos que estão lendo este diário. Ressalto que estamos no segundo ano de existência, portanto, num cálculo simples, posso estimar que mais de trinta mil pessoas leram alguma das minhas postagens. O blog nasceu no dia 18 de novembro de 2008. Passou um ano sem marcador de visitas.

Hoje dedico esta postagem a ele, ao blog, para falar a vocês que fazem parte dele. Fazendo isso, estou dedicando a cada de vocês, meus amigos leitores. Se não tem leitor incentivando, não tem motivo para continuar escrevendo. Descobri hoje, fuçando as configurações, a função Estatística que dá a real dimensão do que estamos realizando. Como, por exemplo, onde estamos chegando, qual o assunto mais buscado e outras informações. Aproveito este momento especial, inicio da semana de aniversário do blog para fazer os meus agradecimentos em alguns idiomas (ainda bem que não preciso falar), locais onde temos leitores, segundo os dados do blogger.

Arigato! Thank you! Aciü! Danke! Quem sabe, sabe! Agradeci em japonês, inglês, lituano e em alemão, dizendo no bom português: Obrigado! É isso, temos leitores em Portugal, Estados Unidos, Alemanha, Canadá, Japão, Angola, Rússia, Coréia do Sul e Letônia! Eu sabia do meu amigo Jorge, lisboense (é isso mesmo?), nunca imaginei que estivesse em outros mais. O mundo estar mesmo globalizado, de qualquer parte do planeta podemos acessar conteúdos que estão sendo produzidos aqui e vice-versa. 

Como sempre faço quando vejo que ganhei mais um seguidor, essa constatação de hoje, que estou socializando aqui, me encheu de orgulho e de alegria. Acho que é a mesma sensação que sente um escritor, após lançar o livro, ver a necessidade de encomendar a sua editora uma segunda tiragem. Também é maior a responsabilidade, afinal, como numa novela, estamos construindo uma história capítulo por capítulo. A diferença que aqui é real, apesar de não ser um show, nada a ver com os reality show televisivos. Então, nesta semana estarei festejando o segundo aniversário desses nossos encontros, dessas conversas e desabafos. Quero repartir o bolo com todos, acender mais velinhas (nada de apagar) - acho que em festas de aniversário deveríamos acender e não apagar velas! Bom, por enquanto é isso, renovar os agradecimentos e dizer que estou bem.

ENDOCRINOLOGISTA

Seguindo recomendação do oncologista fiz consulta médica com endocrinologista na tarde hoje. Fizemos a minha anamnese, sabe que acho interessante contar que não tenho estômago, vesícula, tireóide e que retirei metade do fígado?! Estarei doente? Claro que não penso que estou louco por achar isso interessante. Melhor voltar para a consulta de hoje, para dizer que ouvi do médico comentários que batem com o que eu dizia sobre a retirada da tireóide. Segundo ele, nem sempre necessitamos fazer a retirada do nódulo da tireóide, por ser um carcinoma menos agressivo que se conhece. Claro que esse pensamento dele e meu não representa nenhuma verdade médica, não defendo aqui que caso alguém esteja em situação de investigação desista de fazer a cirurgia. Escute uma segunda, terceira opinião médica, para chegar a uma conclusão. Confesso que se hoje fosse julho, quando fiz todas as consultas e exames em cima do "problema tireóide", depois desta consulta eu não teria deixado a minha borboleta voar. Não cabe arrepedimento, isso não trará ela de volta. Não adianta chorar sobre a tireóide retirada! O que importa agora é garantir que haja a produção dos hormônios que necessitamos.

Tenho sentido uma fome insaviável, como muito, assalto a geladeira de hora em hora, a coitada se abre logo quando chego perto dela. E não engordo uma grama, pode isso? Esse fenômeno gastronômico se deu depois da tireoidectomia. Vamos consertar isso, se Deus quiser. Foi feita coleta de sangue para saber a dosagem dos hormônios que estão sendo produzidos com a ajuda do Puran, saberemos se a dosagem atual estar sendo suficiente ou não. Isso será motivo de mais conversa, entre eu e você meu amigo. Abraços.