terça-feira, 5 de abril de 2011

Mudança de Rumo

Hoje, pensei que fosse o dia de fazer a terceira e quiçár derradeira sessão de quimioterapia para realizar novo exame de imagem para avaliar o comportamento da "bixarada". Apesar de assim pensar, sai de casa com a intenção de pedir ao médico um prazo maior para que o meu intestino voltasse a funcionar na mais perfeita ordem. Na noite de ontem peguei os meus exames de rotina via internet, li e comparei com os últimos resultados; pelas taxas apresentadas até que daria para encarar a quimio. Mesmo assim, estava preocupado com o desmando intestinal - foi ele que me levou um dia para a UTI, depois de uma semana incessante de idas e retornos ao banheiro. E mantive o propósito de solicitar adiamento do tratamento. De pronto fui atendido quando relatei a situação atual - a mesma de há quase um mês!
De posse dos exames o Dr Marcos, oncologista, avaliou e decidiu pela mudança do protocolo. Este novo protocolo requer a utilização de um catéter e recomendou uma consulta com o meu cirurgião para o devido implante. Comentei que não tinha como colocar um catéter onde só tem osso!!! Claro que ele não concordou com os meus argumentos e falou que vai ser possível localizar um espaço sob a pele para alojar este corpo estranho. 
A novidade maior foi quando cheguei em casa e passei a pesquisar, aqui na net mesmo, o que vem a ser o protocolo FOLFOX e quais as suas indicações. Fiquei pasmo quando percebi que tal protocolo refere-se ao tratamento do câncer colorretal!!! Não digeri esta ligação, só mesmo o Dr. Marcos para me esclarecer o que realmente se passa.

Então, na pesquisa feita, chamou-me a atenção um site contendo uma publicação científica abordando o FOLFOX, associação de três drogas, que subsitutui o capecitabina (xeloda). Resolvi fazer alguns destaques e me valendo do colar/copiar, transcrevo abaixo.

FRAGMENTOS DE UMA LEITURA

"A partir de 1999, duas novas drogas foram incorporadas para manejo de câncer do cólon e reto metastático, com demonstrado benefício em aumento na sobrevida global. Irinotecano13,14 e oxaliplatina15 associados ao fluorouracil e leucovorina, são atualmente considerados combinações de primeira linha de tratamento na doença metastática, preferencialmente nos regimes Folfiri e Folfox, que utilizam o fluorouracil em infusão contínua por dois dias. Considerando o princípio de tratamento da doença micrometastática para justificar o benefício na terapia adjuvante, estudos da combinação de três drogas também para o espectro de adjuvância foram realizados.

Até que possamos dispor de estudos definitivos quanto ao benefício da quimioterapia adjuvante em câncer do cólon estádio II, sugere-se que seja utilizado o mecanismo de análise de fatores prognósticos de risco, como: ocorrência de obstrução intestinal, perfuração intestinal, grau III de diferenciação, invasão vascular e/ou perineural, antígeno carcinoembrionário (CEA) elevado pré-operatório para decisão terapêutica. A indicação do tratamento adjuvante neste estádio deve ser, portanto, individualizada após abrangente discussão com o paciente.

Outros estudos estão em andamento com a intenção de avaliar novas opções de tratamento adjuvante, principalmente na tentativa de incorporar o uso de quimioterápicos orais, como a capecitabina, aos esquemas de adjuvância, na substituição do fluorouracil17. Os quimioterápicos orais possuem benefícios como o de poupar a necessidade de acesso venoso, e a necessidade de implante de cateter permanente, especialmente quando a utilização de fluorouracil em infusão contínua for a opção escolhida. Além disso, o conforto e tolerância deste tipo de droga favorecem a sua incorporação rotineira. A avaliação da substituição do fluorouracil pela capecitabina em esquemas contendo irinotecano ou oxaliplatina está em andamento e, portanto, ainda não deve ser considerada conduta padrão.

Após décadas dispondo apenas de uma opção quimioterápica para tratamento do câncer do cólon e reto, vivemos uma época de maior entusiasmo. Conhecendo um pouco melhor os indicadores prognósticos, tendo um melhor perfil de risco de recorrência baseado no estadiamento, e incorporando dados que demonstram benefício na adição de novas drogas, vislumbramos uma nova era. Entretanto, com o maior conhecimento dos marcadores moleculares e surgimento de novas modalidades terapêuticas, é crescente a busca de individualização do tratamento, sempre com a intenção de redução da toxicidade e aumento das taxas de resposta e de sobrevida." Fonte: http://www.praticahospitalar.com.br/pratica%2029/paginas/materia%2003-29.html

Para encerrrar, deixo uma citação: "Acredite em milagres, mas não dependa deles." Emanuel Kant
Fiquem com Deus no coração. Amém.

3 comentários:

Jú Carelli disse...

Edson querido!!!
Fiquei um pouquinho confusa...
O que o médico te falou??? Será que a sua pesquisa de fato tem fundamento???
Olha!!! As vezes a internet é uma ótima amiga... como agora... nos unindo a quilômetros de distância e nos aproximando em sentimentos de amizade, companheirismo e luta contra algo em comum... Essa tal "bixarada".... por outro lado... não devemos consultar o Doutor Google pois ele pode nos chatear... Não sofra por antecedência... viva um dia de cada vez... e NUNCA PERCA A SUA FÉ....
Deus não nos abandona...
Estou na torcida sempre...
Como já te disse... você é iluminado e pessoas iluminadas NUNCA PERDEM A SUA LUZ...
Força...
Fique com Deus
Beijos carinhosos

Edson Leite disse...

Oi Jú,

Não estou sofrendo por antecipação, também fiquei um pouco confuso com toda esta nova siuação. Na verdade, houve uma mudança no protocolo da quimioterapia - passaremos para o que chamam de FOLFOX (combinação de três substâncias medicamentosas descritas na postagem) em substituição aos medicamentos que eu vinha fazendo uso. Esta mudança foi devido aos frequentes estados de desarranjos intestinais e não podiamos continuar insistindo no Xeloda.
A consulta que fiz aqui na net foi para saber um pouco mais sobre o novo protocolo: FOLFOX. O que me causou espanto foi saber que o mesmo está diretamente relacionado com tratamento do câncer colorretal. Acredito que sirva para outros casos também... vou procurar me informar com o meu oncologista o quanto antes para dirimir a dúvida.
Muito obrigado, Jú, pela sua preocupação, sei que estamos entregues a Deus, não é mesmo? Bjs,

Jú Carelli disse...

Edson...
Fico feliz em saber que está bem...
Com certeza estamos entregues a Deus e tenho FÉ de que NADA acontece sem a permissão Dele...
Estamos juntos...
Beijos