quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Colonoscopia e o carnaval fora de época!

Nem terminou o ano ainda e vi pela segunda vez a mangueira entrar... Mas, não tem jeito de ficar  acostumando com essa situação vexatória. Ontem, após 24 horas de preparo, realizei mais uma colonoscopia. Fiz em outra clínica e o protocolo pareceu um tanto diferente, apesar de ter levado ao mesmo buraco, quero dizer ao mesmo objetivo.
Passei fome mesmo e isso não foi nada se compararmos com os dez dias qe fiquei só na lembrança da carne assada, do cozidão e de tantas outras guloseimas que naquele momento foram ficando para trás - isso logo após a gastreoctomia. Ontem foi fichinha mesmo, foi permitido tomar sorvete de frutas, gelatina de diversos sabores, sucos e água só até o amanhecer do dia. Tudo bem fiz exatamente como orientado e sobrevivi a tudo e a todos, com a graça de Deus.
Posso dizer que não ficou nenhum trauma, nem mesmo trauminha de nada. Porém, o que vou relatar daqui pra frente deve servir para os menos avisados. É sobre o que vem depois dos anéstesicos. Pelo visto, o que pensamos poucos minutos antes de apagarmos fica no subconsciente e ele, por sua vez, acaba nos denunciando. Vejam bem. Ao entrar na sala dos exames encontrei duas loiras (nenhuma que chamasse atenção pela beleza, não é disso que estou falando) e o médico, todos a minha espera e a espera do anestesista. Uma das enfermeiras fez-me chegar às mãos uma vestimenta que me fez lembrar um abadá (dessas que usam nos carnavais atemporais) - daí uma da comparações do exame com essa festa de rua. A danada da roupa, espécie de bata, não tinha botões e justamente essa parte é que deveria ficar para trás... ainda bem que não tenho bunda avantajada e pude escondê-la até onde foi possível, ou seja, até deitar naquele leito gelado e frio por natureza humana. No momento em que vestia aquilo pensei "se vou ficar anestesiado, quem vai me vestir depois?" Deitei timidamente, como se fosse a minha primeira vez, ao comando daquela dupla dinâmica - uma de cada lado da cama - nem assim fiquei preocupado, eu daria conta do recado. Bastava ficar de ladinho, conforme uma delas me ordenou enquanto a outra cuidava para deixar exposto o canal de entrada por onde adentraria a velha mangueira.
Para quebrar o encanto daquele momento chegou o anestesista, parecia mais um guarda-roupas visto do ângulo no qual era possível vê-lo. Por sinal se fosse ele a querer fazer qualquer toque preliminar eu juro que sairia correndo com abadá e tudo hospital a fora para pedir por socorro! Com a graça de Deus era só o anestesista e tudo que ele precisava era de seringa e mangueiras finas pra colocar nas minhas narinas. Eita confusão.
Vamos voltar ao alerta que dei. Cuidado com o que vai pensar nesses momentos, antes de ir ao limbo, eles transbordam quando você estiver voltando ao mundo dos mortais. Quer saber? Foi a primeira pergunta que fiz a minha filha: "Quem me vestiu?" e na sequência insistia em querer saber o nome do médico - coisa que também tinha pensado em perguntar antes de tomar o porre anestésico. Até a minha aptidão política aflorou, ao pedir em volta alta a todos que aguardavam a sua hora: "Votem em mim!", pedia votos enquanto fazia o sinal da vitória, pode? Será que tive outros pensamentos que acabaram sendo revelados e estão escondendo de mim?  hehehehehe Isso nunca saberei, não é mesmo?
Se você vai fazer ou conhece alguém que fará uma colunoscopia, digo para seguir todo o preparo para limpar o corpo e aproveite para limpar a mente de qualquer pensamento que possa colocá-lo em maus lençóis. Tenho dito.
Que a paz de espírito esteja presente no vosso coração e que Deus os encham com muitas bênçãos. Amém!

3 comentários:

SANDRA FERREIRA disse...

Não pude deixar de gargalhar com a sua analogia ao carnaval e a Mangueira, KKKKK, você é muito espirituoso! Com certeza a vida tem que ser levada assim mesmo, parabéns pelo bom humor e resignação.

Abraço

Sandra

Marina da Silva disse...

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Edson,
Fui às lágrimas! De dó????Clarooooooooooo que não! Do texto que está impagável! A cada linha eu ia rindo, gargalhando, rachando os bicos mermo de tanto rir imaginando a cena na sua cabeça!
Sou da enfermagem, técnica, e pode ficar despreocupado: "o que acontece em Vegas, fica em Vegas"!rsrsrsrs
Seus posts estão cada vez mais...literários!
Agora sobre o exame: é vexatório e os profissionais são mesmo éticos e profissionais, acredite viu?
Nós mulheres passamos "traumas" também, só que sem anestesia: nas cistoscopia (bexiga), histerossalpingografia (útero), ultrassom endovaginal e até nesta mania imposta do "parto humanizado": sem anestesia, sem médico, sem hospital e as vezes no passeio de uma rua qualquer! Imagine parir no meio da rua, sair em todos os canais da mídia e na TV em horário nobre! É tanta indignidade que a mulher nem se preocupa com a dor!
Abraços e boa recuperação e se lembrar de mais algum mico pós anestesia...conta!

Jú Carelli disse...

Edson querido...
Hahahahahaha... estou rindo até agora... e olha que fiquei pensativa... fiz esse exame no mês de março e nunca tinha parado para pensar em tais situações...
Só nos sabemos o que ter que passar por isso não é mesmo???
Mas se faz parte do pacote... bora fazer... hahahaha
Na torcida pelos resultados dos exames...
Fique com Deus!!!
Beijos carinhosos


OBS: ADOREI a comparação com o Carnaval... hahahaha