quarta-feira, 16 de março de 2011

A Fome do Leão

Vai encarar???
Quem já fez a sua declaração de ajustes do imposto de renda 2011/2010 percebeu algumas mudanças no novo visual do programa, como também sentiu que o apetite do Leão continua crescendo. A tabela não sofreu reajuste algum, o que significa perdas para o contribuinte. Uma outra alteração pode ser notada no campo de pagamentos no tocante a despesas com Plano de Saúde... uma inovação feita que certamente irá aumentar a arrecadação do fisco. Explico.
Até o ano passado as despesas com plano de saúde eram feitas de forma global, ou seja, não era necessário discriminar as despeas efetuadas com o titular e com os seus dependentes. Com o novo modelo adotado, tendo que separar as despesas com os dependentes do plano acabará impedindo de abater as despesas efetuadas com o cônjuge ou um outro membro do núcleo familiar, quando este for dependente apenas no Plano - condição que ocorre principalmente em se tratando de planos de saúde corporativos. Por exemplo, se o cônjuge não for dependente financeiro do declarante, este não poderá deduzir as despesas efetivamente efetuadas com saúde. É pura demonstração de apetite financeiro por parte do governo.

É bom relembrar que o CPF dos dependentes foi sendo cobrado aos poucos nas declarações, hoje o sistema não aceita cadastrar nenhum dependente que não tenha o número de pessoa física. No ínicio o discurso dos técnicos era no sentido de facilitar a declaração dos isentos quando na verdade o que queriam era inibir a repetição de um mesmo dependente em mais de uma declaração. Medida acertada quando se olha pelo lado da moralidade, muitos casais faziam as suas declarações de forma individual e colocavam os seus filhos como dependentes - em ambas as declarações! Claro que num flagrante ato de desonestidade.

Quero dizer, com estes dois exemplos, que os técnicos estão atentos a todas essas situações e sempre estarão prontos para continuar alimentando essa fera insasiável. Bom seria que o resultado fosse algo de positivo para a sociedade, que os incrementos no sistema de arrecadação servissem para aliviar a sobrecarga dos impostos cobrados da população, que o retorno fosse mais visível a olho nú, como a melhoria no sistema de educação, da saúde e da segurança pública, para citar o tripé das necessidadades básicas de qualquer nação civilizada. Ao invés disso, o que escutamos é a conversa fiada da falta de recursos, da necessidade de cortes no orçamento e o serviço público sendo sucateado, exceto os gabinetes do alto escalão, que se perdem no luxo e na ostentatação de superflúos.

Fico por aqui, depois deste desabafo contra a injustiça que continua sendo praticada, governo após governo, não importa se na bandeira do partido tem ou não uma estrela, seja vermelho ou branco, o que precisamos verdadeiramente é de grandes lideranças que leve este País rumo a dias melhores. Tenho dito, fiquem com Deus! Amém.

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