domingo, 12 de junho de 2011

Santo casamenteiro

O mês de junho para o nordestino representa as festividades religiosas/pagãs relacionadas com vários santos: Santo Antônio, São João e São Pedro. O primeiro deles é o responsável, segundo as tradições, pelo arranjamento matrimonial. A maioria absoluta das pedidos de casamento partem das mulheres, acho que por serem maioria são fortes concorrentes nesta busca pelo acasalamento, pelo menos não encontramos muitos relatos de homens que fizeram promessa para conseguir encontrar a sua companheira.
Particularmente adoro a chegada dos festejos juninos. Costumava acender uma fogueira com os galhos de mangueira, cajueiros, goiabeiras e outros paus secos que catava pelos sítios nos meus momentos de infância. Por mais que cuidassemos de cobrir aquele arranjo de paus empilhados, escorados nas suas extremidades e, muitas vezes, amarrados com arames, não tinha jeito para a chuva que sempre cai na noite de São João, ou melhor, na véspera, quando repetimos a passagem bíblica anunciando o nascimento do precussor.
Nem sempre o fogo consumia toda a lenha durante a noite, o que restava era guardado para compor a fogueira para São Pedro. Este, infelizmente, perdeu prestígio entre a maioria da população dos grandes centros urbanos. Podemos dizer até que "não tem mais São Pedro como antigamente!"
As comidas típicas feitas com o milho enche de sabor a mesa do nordestino, canjica, pamonha, pé-de-moleque, milho assado na brasa da fogueira e tantas outras guloseimas regadas a quentão, são recordações que sempre guardarei na minha memória. Como também as velhas brincadeiras como subir no pau de sebo em busca do prêmio fincado no seu topo, saltar pelas brasas acesas ou queimar fogos de artífícios.
Quero registrar, porém, que foi em São Luiz-MA que vi os festejos juninos mais bonitos e carregados de tradição do folclore brasileiro. O Boi-bumbá. Orquestras com os mais variados tons e sons, como o da matraca que não quer calar, faz com que o povo tente imitar a coreografia encenada pelas dançarinas vestidas como indígenas e adornadas com cocares exuberantes nas apresentações públicas feitas ao longo de todo o mês, praticamente. Vale a pena conhecer.
Fico por aqui nas minhas lembranças rogando ao Pai que nos cubra com o seu manto sagrado. Amém! 

Veja o vídeo abaixo!

2 comentários:

Edilson Egito disse...

Prezado Edson Leite. Admiro muito sua postura em relação ao seu problema de saúde. Quanto às suas crônicas, são excelentes, guarde-as, pois darão um excelente livro no futuro. Agende já uma Editora.
Quanto a crônica em apreço, desejo fazer algumas observações, pois trabalhei durante 20 anos em São Luís. a) São Luís é com S, pois deriva do Francês, Luís , Rei de França. O LUIZ com Z, deriva do Espanha ou Portugal. Eu mesmo tenho uma filha Ludovicence, de nome LOUISE em homenagem a Luís, rei de França. Alías, São Luís é a única capital brasileira que naõ nasceu Luzitana. Encontramos famílias em São Luís, com sobrenomes franceses como Valois,
Leclerc, Lavadiere, etc. b) Quanto ao Folclore, o correto é dizer Bumba Meu Boi. Boi Bumbá é como chama em Manaus, Belém e Parintins. Quanto aos timbres, é melhor dizer sotaques. Existem o de orquestra, matraca, batuque, etc. O deste vídeo é de Orquestra.
No mais, um grande abraço e Boa Sorte. Atenciosamente Edilson Egito, médico Dermatologista.

Edson Leite disse...

Caro Edilson,
agradeço-lhe pelas observações feitas acerca desta postagem. Certamente uma verdadeira aula que daqui para frente serão aplicadas.
Obrigado também pelas suas palavras de incentivo, reafirmando que é realmente o modo como vejo e encaro esta doença.
Um grande abraço,