Pela primeira vez estou escrevendo diretamente do hospital, mais precisamente deitado sobre uma cama fawler (tipo de cama específica para enfermos), hidráulica, isto é, inclinação dos pés e da cabeça apertando botões, chique de doer. O apartamento é enorme, equipado com televisão de LCD de 32 polegadas, muito confortável. Quisera que todo este conforto fosse extensivo aos demais enfermos que estão internados nos hospitais desse Brasil. Certamente que a doença seria mais fácil de ser encarada se a certeza de um bom atendimento estivesse no juízo das pessoas. Mas nem tudo é um mar de rosas, como possam está imaginando.
Neste momento paira no ar a incerteza da realização do procedimento cirúrgico - razão da minha presença aqui neste momento - a dúvida é devido a falta de autorização, do meu plano de saúde, de parte do material que foi solicitado pelo médico. E esta solicitação foi feita há bastante tempo. Fiquei barrado na recepção à mercê da burocracia, esperando por uma autorização formal. Ao final a culpa parecia ter sido minha, pelo menos foi o que ficou evidenciado na desculpa dada pela recepcionista ao meu médico cirurgião ao afirmar que a minha chegada se deu quando o funcionário do plano já não se encontrava mais na sua repartição. É sempre assim, a corda se quebra do lado mais fraco e nesse jogo da vida, nos quais aparecem os serviços e os usuários estes são sempre os mais fracos.
Diante do episódio que gerou dúvidas para a atendente, ficam perguntas: o que vai acontecer agora? será que é algum sinal para dar meia volta e esperar em casa? e outras mais desse mesmo gênero. Comigo, porém, as coisas não funcionam assim. As dificuldades, quando ocorrem, é para serem superadas e não devem ser desculpas para alimentar o desânimo ou sentimento que o valha. É nessa hora que vêm a mente as pessoas iluminadas e estão para serem solicitadas, para socorrer aqueles que estão precisando - assim como eu nesse momennto. E foi assim que lembrei do amigo Fernando Carneiro e da minha amiga Marília. Eles certamente vão dar uma solução para o meu caso, pensei. Acertei em cheio. E cá estou deitado, internado, a espera do dormir e amanhecer para realizar mais este ato para conter a desobediência orgânica que parece querer reinar dentro de mim. Sei quee este reinado está chegando ao seu final. não aceitarei mais nenhum motim de qualquer que seja o órgão... se estou sobrevivendo sem estômago (literalmente) posso muito bem ficar sem a metade do fígado, só devem ficar comigo somente aqueles que realmente quiserem construir um futuro de promissor e de saúde. Deus está no controle e eu tomando posse. Tenho dito. Fiquem com Deus!
Nenhum comentário:
Postar um comentário